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Um viva ao Curupira, um viva às florestas

Por Michel Klaime Filho (*) | 11/08/2016 15:15

No último 17 de julho comemorou-se o Dia de Proteção às Florestas. Uma data escolhida por aproximação, em homenagem ao Curupira, uma das mais antigas personagens do folclore brasileiro.

Curupira é defensor dos animais e das florestas, representado pela imagem de um menino esperto e ágil, de corpo esverdeado, cabelos de fogo e os pés virados ao contrário. Reza a lenda que ele faz de tudo um pouco para lutar contra a sanha dos destruidores da natureza.

Cheio de artimanhas, o Curupira engana os adversários imitando sons de animais e ruídos da floresta. Confunde seus perseguidores criando pistas falsas (talvez por isso tenha os pés virados para trás). E briga muito em favor do Meio Ambiente.

Mas como tudo o que vem da tradição, o Curupira corre o risco de cair em desuso, assim como o respeito à natureza. Estão sendo substituídos por mitos estrangeiros modernos e a sanha consumista que tudo destrói. É o poder da cultura de massas.

Não precisaria ser assim. Aliás, não precisa. O nosso cotidiano não deveria afastar o ser humano de suas necessidades naturais. A comida caseira, saudável, não precisa ser substituída por comidas do tipo fast food. Os costumes tradicionais não precisam desaparecer por causa de modismos.

Temos que trabalhar muito para defender a natureza. Na BR-163/MS, por exemplo, estamos empreendendo obras de vulto que permitirão aumentar a capacidade de tráfego com a duplicação de mais de 800 quilômetros da rodovia.

Obras desse porte pressupõem supressão vegetal. Mas isso só está sendo feito com cuidado e critérios rígidos, conforme determinam as leis e os órgãos ambientais. Toda e qualquer árvore nativa será substituída por muitas outras a serem replantadas.

Neste momento, estamos promovendo o replantio compensatório de 241 mil mudas de árvores originárias do Cerrado e da Mata Atlântica em parques estaduais de MS.

Além disso, incentivamos a criação de viveiros de mudas de espécies nativas para utilização futura. E estamos recolhendo germoplasma das espécies encontradas para preservação e estudos científicos por entidades científicas sul-mato-grossenses.

Mais ainda, trabalhamos no resgate e/ou no afugentamento da fauna atingida pelas frentes de obras, de maneira a minimizar os impactos. Em paralelo, nossos colaboradores tem sido capacitados para lidar com a fauna regional.

Logo serão empreendidos por nós projetos de preservação e estudos de sítios arqueológicos, além de ações voltadas para as comunidades indígenas e comunidades quilombola.

Esses são alguns exemplos de que estamos transformando a BR-163/MS em Rodovia da Vida, mas isso não está acontecendo em detrimento da natureza e do ser humano.

O pacote de programas e projetos definidos pelo EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental-Relatório de Impacto do Meio Ambiente), garante que os impactos sejam os mínimos possíveis, compensados na maior parte dos casos.

É possível modernizar sem desrespeitar a tradição e o meio ambiente.

Afinal, precisamos continuar trabalhando para garantir o desenvolvimento e o progresso, mas sem perder de vista o respeito às leis ambientais e ao bom senso. Destruir florestas significa destruir o futuro.

Por isso, damos um viva ao Curupira e às florestas, fazendo votos para que o respeito à natureza e à sua riqueza não se percam jamais. Onde a natureza já sofreu fortes impactos, vamos trabalhar em conjunto para fazê-la renascer, como renascendo está a BR-163/MS.

(*) Michel Klaime Filho é gestor de Meio Ambiente da CCR MSVia, formado em Engenharia Civil com especialização em Gestão Ambiental, Engenharia de Segurança do Trabalho, Produção e Qualidade.

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