“Estourou por dentro”, afirma mãe de garoto espancado por policial militar
O garoto de 13 anos passará por exames antes de médicos decidirem se cirurgia será necessária

O garoto de 13 anos que foi espancado por um policial militar em Coxim – a 260 km de Campo Grande – passará por uma tomografia na tarde desta terça-feira (29), antes que a equipe médica decida se ele precisará de cirurgia. O adolescente está com hemorragia grave, segundo o hospital.
Mãe do menino, a garçonete Virgínia Neri, de 37 anos, conta que o filho nasceu com atrofia no rim esquerdo e o órgão não funciona. Apesar da deficiência, o garoto levava vida normal, segundo a mãe. “Ele fazia tratamento, tinha alimentação diferenciada, mas não podia se machucar”.
A garçonete diz que os médicos decidiram esperar conter a hemorragia antes que operá-lo. “Ele faz muito xixi com sangue e está com muita dor. Estourou por dentro”.
A Santa Casa confirma a hemorragia causada por trauma e informa que o garoto está sendo medicado. Só os exames vão definir se ele precisará de intervenção cirúrgica.
O caso - Em entrevista ao site Edição de Notícias, Patrícia Neri da Silva, 40 anos, tia da vítima, contou que, o cabo Fabiano Timóteo agrediu o garoto com socos, deixando várias lesões. O PM é vizinho da família.
Segundo relatos de testemunhas, a vítima brincava com outras crianças na rua e uma delas teria jogado pedra no portão da casa da mãe do cabo. Já o policial afirmou que o menino pulou o muro de sua casa.
Patrícia relatou que estava sentada no quintal, por volta das 20h, e viu uma pessoa correndo, logo em seguida escutou os gritos. “Fui em direção aos gritos e presenciei meu sobrinho sendo surrado. A cena não sai da minha cabeça. Ele pedia para o agressor parar e avisava que só tinha um rim”, relembrou também ao Edição de Notícias.
Ainda de acordo com a tia, depois de ser flagrado, o policial parou com as agressões. Foi quando o garoto deitou na calçada e começou a vomitar. “Foi um desespero”, disse a tia.
A mãe do adolescente disse ao Campo Grande News que estava trabalhando e por isso, não pode dar detalhes sobre o que aconteceu.
A Subseção de Coxim e a Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul) publicou nota de repúdio “diante de ato praticado por cabo da Polícia Militar do 5° BPM” contra o garoto e diz que está acompanhando o caso.