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Cidades

Advogada está entre 10 presos em ação contra o tráfico que tumultua dia da Depac

Apuração revela esquema comandado de dentro de presídios em MS

Por Dayene Paz e Geniffer Valeriano | 07/11/2025 10:55
Advogada está entre 10 presos em ação contra o tráfico que tumultua dia da Depac
Familiares na área de atendimento da Depac Cepol. (Foto: Geniffer Valeriano)

A manhã desta sexta-feira (7) começou com intensa movimentação na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol, em Campo Grande. Mais de dez presos chegaram à unidade, entre eles uma advogada detida durante a Operação Blindagem, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). O estacionamento da delegacia ficou tomado por veículos de familiares e defensores que aguardam informações.

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O Gaeco deflagrou nesta sexta-feira (7) a Operação Blindagem, que resultou na prisão de mais de dez pessoas, incluindo uma advogada, em Campo Grande. A ação visa desarticular uma organização criminosa comandada de dentro do sistema prisional, envolvida em tráfico interestadual de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro. A investigação, que durou 25 meses, revelou conexões com o PCC e atuação em diversos estados brasileiros. O grupo utilizava caminhões com fundo falso, Sedex e vans para transportar drogas. Foram expedidos 76 mandados judiciais em dez cidades de três estados, com apreensão de dinheiro, armas e cheques de alto valor.

Do lado de fora, ninguém quis conversar com a reportagem do Campo Grande News. Por telefone, o advogado Amilton Ferreira de Almeida, que acompanha um dos detidos, resumiu o clima de incerteza: “O Gaeco está lá no fundo e ainda não temos acesso a nada, estamos aguardando para falar com o cliente”.

Advogada está entre 10 presos em ação contra o tráfico que tumultua dia da Depac
Estacionamento de delegacia lotado de veículos. (Foto: Geniffer Valeriano)

A operação mira uma estrutura criminosa comandada por presos. O Gaeco saiu às ruas nesta sexta-feira para cumprir mandados de busca e apreensão em Campo Grande, em outras sete cidades de Mato Grosso do Sul, além de São Paulo e Santa Catarina. No total, são 76 mandados de prisão e de busca e apreensão. Até agora, foram apreendidas centenas de reais, dólares, armas de fogo e munições, além de quatro cheques, cada um de R$ 200 mil.

Segundo o Ministério Público, trata-se de uma organização criminosa armada envolvida em tráfico interestadual de entorpecentes, corrupção ativa e passiva, usura, comércio ilegal de armas de fogo e lavagem de capitais. “(...) a estrutura era comandada de dentro do sistema prisional e contava com uma rede de colaboradores em Campo Grande, Aquidauana, Anastácio, Corumbá, Jardim, Sidrolândia, Ponta Porã e Bonito, além de integrantes em São Paulo e Santa Catarina”, diz a nota.

Advogada está entre 10 presos em ação contra o tráfico que tumultua dia da Depac
Outra parte de dinheiro que foi encontrado com investigados. (Foto: Divulgação)

Durante 25 meses, os investigadores identificaram que o grupo atuava enviando drogas para cidades do interior de Mato Grosso do Sul e para estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Acre, Maranhão e Goiás. Para isso, utilizava caminhões com fundo falso carregados com produtos alimentícios e nota fiscal, remessas por Sedex, veículos de passeio e utilitários, além do transporte por passageiros em vans.

As apurações também revelaram vínculos da organização com o PCC (Primeiro Comando da Capital). Membros da cúpula da facção forneciam suporte para ampliar o tráfico e autorizar punições violentas a quem estivesse em dívida com o grupo. Houve casos de extorsão mediante arma de fogo, violência e restrição de liberdade para cobrar débitos ligados ao tráfico e à usura.

O ponto de partida das investigações foi a apreensão do celular do líder do esquema, usado dentro de uma cela no interior do Estado. A partir disso, foi descoberta a corrupção de servidores públicos responsáveis por garantir acesso a telefones, a informações sigilosas e à permanência de detentos em unidades prisionais de menor segurança, de onde coordenavam os crimes com mais liberdade.

Nesta fase da operação, são cumpridos 35 mandados de prisão preventiva e 41 de busca e apreensão em Campo Grande, Aquidauana, Sidrolândia, Jardim, Bonito, Ponta Porã e Corumbá, além de Porto Belo e Balneário Piçarras (SC), Itanhaém e Birigui (SP).

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