Restauro do Forte de Coimbra caminha para captação de verba privada
Custo da obra, de R$ 19 milhões, está sendo viabilizado por meio da lei de incentivo à cultura
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O Forte de Coimbra, em Corumbá, será restaurado com financiamento privado de R$ 19 milhões por meio da Lei de Incentivo à Cultura. A captação está sendo realizada pela Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (Appa), com assinatura de contratos prevista para dezembro e início imediato das obras. O projeto, chancelado pelo Iphan e Exército, visa recuperar completamente a estrutura do forte, que é candidato ao título de Patrimônio Mundial da Unesco. Construído em 1775 e tombado em 1974, o monumento teve papel crucial na defesa do território brasileiro, especialmente durante a Guerra do Paraguai.
Para garantir maior agilidade e driblar o formalismo burocrático, facilitado pela dispensa de licitação e outros trâmites, o centenário Forte de Coimbra, em Corumbá, será restaurado com financiamento privado por meio da Lei de Incentivo à Cultura. E mais: a captação está sendo feita por uma gestora, a Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (Appa), e três grandes empresas já estão em negociação para liberação do dinheiro (R$ 19 milhões).
A assinatura dos contratos está prevista para dezembro e as obras serão iniciadas de imediato, informou o presidente da Appa, Xavier Vieira, que esteve no forte em setembro, por ocasião da celebração de seus 250 anos pelo Exército. “É uma honra para a associação integrar esse processo de requalificação e contribuir para que o Forte de Coimbra continue vivo, não apenas na história, mas como símbolo do futuro do Brasil”, disse ele.
O projeto tem a chancela do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e do Exército, a quem o monumento histórico pertence. A proposta é tornar o forte um atrativo cultural em potencial e ser aproveitado para diversas perspectivas de desenvolvimento local, seja na parte de defesa (segurança das fronteiras com a Bolívia e o Paraguai), quanto na parte de indução ao turismo, para a economia e educação ambiental e patrimonial.

Patrimônio da Unesco - A restauração contempla a recuperação completa de sua estrutura, preservação de madeiramentos, criação de salas temáticas, acessibilidade e manutenção de símbolos históricos, como a imagem de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do forte. Com a conclusão da restauração, poderá ser indicado ao título de Patrimônio Mundial da Unesco, ampliando o reconhecimento de sua relevância histórica, cultural e estratégica.
“O forte pode receber esse título porque tem uma função definidora das fronteiras do Brasil Oeste, e essa é uma chancela que pode alavancar muito a imagem de Mato Grosso do Sul e trazer um turismo qualificado”, definiu o presidente da Appa. “Temos um ambiente muito propício para diversas iniciativas de negócio nesse espaço; um turismo patrimonial, turismo cultural, com turismo religioso, com turismo ambiental ou ecoturismo.”
O superintendente regional do Iphan, João Santos, informou que os projetos de restauro foram elaborados respeitando os valores estéticos e culturais das edificações que compõem o forte. As intervenções buscarão melhorias estruturais, como reparos nas muralhas, edificações internas e cobertura, bem como nos sistemas hidráulico e elétrico, restauro do piso, ampliação dos quatro espaços expositivos e adaptações para garantir acessibilidade.

Projetos similares - Xavier Vieira explicou ao Campo Grande News que o forte tem uma demanda estrutural que precisa ser melhorada, além do rico acervo, que necessita ser tratado. Outras intervenções são sinalização e acessibilidade – condição que não se limita a vencer suas escadarias, mas para que alcance referendo de patrimônio e humanidade. “Pretendemos entregar o forte restaurado e requalificado para um nível que permita um uso versátil do equipamento”, disse.
Ele ressaltou que o Exército é uma das instituições que mais preserva o patrimônio histórico e artístico do país. Sediada em Belo Horizonte, a Appa tem mais de 32 anos de experiência em projetos similares, como a restauração da Fortaleza de São José de Macapá (AP), em andamento, e do Real Forte Príncipe da Beira (RO), também candidatos ao título da Unesco. Nos últimos anos, executou cerca 260 projetos, com investimentos de R$ 270 milhões.
Construído em 13 de setembro de 1775 e tombado pelo Iphan em 1974, o Forte de Coimbra desempenhou um papel estratégico na defesa do território brasileiro. O local testemunhou diversos conflitos, incluindo a invasão paraguaia que marcou o início da Guerra do Paraguai, em 1864. Construído em local não planejado, às margens do Rio Paraguai, também repeliu as tropas invasoras espanholas, em 1801. Atos de heroísmo e “milagres” creditados à sua padroeira.
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