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Cidades

Apesar de espancamento dentro de quartel, PM descobriu caso só depois de 2 meses

A agressão contra mulher de 44 anos não foi informada pelos policiais de plantão

Ângela Kempfer e Aletheya Alves | 22/11/2020 09:43
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

O Comando da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul admite que só ficou sabendo de espancamento na recepção de quartel de Bonito quase dois meses após as agressões. Nenhum envolvido foi afastado das ruas. O 2º tenente André Luiz Leonel Andréa segue trabalhando, apenas não responde mais pelo Comando do 3º Pelotão de Bodoquena , onde é lotado.

Ele foi flagrando batendo em uma mulher algemada, em frente ao colegas, mas nenhuma comunicação foi feita ao superiores apesar das cenas fortes, gravadas pelo circuito interno.  Oficialmente, a PM diz que só ficou sabendo do ocorrido pela imprensa neste fim de semana e informa que agora abre inquérito para apurar o caso.

"Foi feita uma análise preliminar do conteúdo, identificando o local e militares envolvidos. Imediatamente, o comandante do CPA-3, coronel Emerson de Almeida Vicente, determinou a instauração de um Inquérito Policial Militar (IPM), que é o instrumento legal para investigar fatos dessa natureza", informa.

As cenas foram registradas na noite do dia 26 de setembro. Nas imagens, o tenente dá socos, tapas e pontapés na turista de 44 anos. Outro PM acompanha tudo sem dizer nada e ainda segura a mulher na cadeira, enquanto o outro bate. As agressões só acabam com a intervenção de uma policial feminina.

A PM, no entanto, abre a nota e usa a maior parte do texto para falar das acusações contra a mulher: "desacato, danos ao patrimônio, ameaça, resistência à prisão e embriaguês (sic)".

Também justifica que a ocorrência "teve origem após uma equipe policial militar ser acionada para contê-la, em um restaurante daquele município, após a mesma, supostamente, ter ameaçado atear fogo no local, ameaçado de morte os proprietários e quebrado garrafas dentro do estabelecimento comercial".

Sobre o uso de algemas, a PM argumenta que "durante a confecção do Boletim de Ocorrência, a pessoa detida teria se exaltado contra os PMs que atenderam a ocorrência, sendo necessário o uso de algemas e mantê-la dentro do compartimento para condução de detidos, considerando o avançado estado de embriaguez da mesma".

Só no último parágrafo o Comando fala sobre as imagens que apresentam cenas de violência contra a mulher e não cita qualquer punição imediata aos envolvidos.



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