Registro envolvendo tráfico de pessoas quase quadruplicou em cinco anos
Em 2020, foram apenas 20 casos; só em 2025 até o mês de abril foram 78 (maior número)

Mato Grosso do Sul bateu o recorde de processos novos envolvendo tráfico de pessoas e trabalho análogo à escravidão neste ano. Na série histórica desde 2020, os dados desde ano mostram 78 casos. Nesta quinta-feira (5), o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) passou a disponibilizar dados sobre processos envolvendo povos indígenas, tráfico de pessoas e trabalho análogo à escravidão em seu Painel de Estatísticas do Poder Judiciário.
RESUMO
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Mato Grosso do Sul registrou aumento significativo nos casos de tráfico de pessoas e trabalho análogo à escravidão, atingindo 78 processos em 2025. O número representa quase quatro vezes mais ocorrências em comparação a 2020, quando foram registrados apenas 20 casos, conforme dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em 2024, o estado alcançou recorde de trabalhadores resgatados em condição análoga à escravidão nos últimos cinco anos, com 130 pessoas libertadas em 16 ações fiscais. Entre as operações, destaca-se o resgate de 19 trabalhadores em Anastácio e Paraíso das Águas, incluindo 14 paraguaios vítimas de tráfico internacional.
Na série história desde 2020, a quantidade de processos envolvendo tráfico humano e trabalho análogo à escravidão quase quadruplicou em Mato Grosso do Sul. Em 2020, foram apenas 20 casos. Só em 2025 até o mês de abril foram 78 (maior número).
Número de processos em MS sobre tráfico de pessoas e trabalho escravo:
- 2020 - 20 casos
- 2021 - 54 casos
- 2022 - 48 casos
- 2023 - 65 casos
- 2024 - 76 casos
- 2025 - 78 casos
Já em relação aos processos envolvendo indígenas o maior número é de 2022, quando tiveram 44. Neste ano, porém, o número já chega a 24 até abril.
Número de processos em MS envolvendo indígenas:
- 2020 - 27 casos
- 2021 - 12 casos
- 2022 - 44 casos
- 2023 - 26 casos
- 2024 - 16 casos
- 2025 - 24 casos
Em 2024, o Brasil bateu recorde de processos sobre tráfico de pessoas e trabalho escravo, com 5.276 novos casos e 6.798 ações pendentes. No mesmo período, o painel registrou 4.215 processos relacionados a indígenas, com destaque para 3.136 julgamentos sobre terras indígenas. Esse é o maior número desde o início da série histórica, em 2020. As informações são alimentadas pela DataJud (Base Nacional de Dados do Poder Judiciário).
Segundo a juíza auxiliar da Presidência do CNJ, Ana Lúcia Andrade de Aguiar, os novos filtros ampliam a transparência e a capacidade de análise do Judiciário. “É possível uma leitura mais precisa dos desafios enfrentados nessas áreas, contribuindo para a formulação informada de políticas públicas”.
A medida facilita a consulta pública e o monitoramento dessas temáticas por magistrados, servidores e a sociedade em geral. A ferramenta, desenvolvida no âmbito do Programa Justiça 4.0, permite acesso a informações como tempo de tramitação, número de ações novas, julgadas e pendentes, além de indicadores de produtividade nos tribunais de todo o país.
Casos de trabalho análogo à escravidão em MS - Mato Grosso do Sul registrou em 2024 o maior número de trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão dos últimos cinco anos: 130 pessoas foram retiradas dessa condição em 16 ações fiscais, conforme dados do Ministério Público do Trabalho (MPT).
O número supera os registros anteriores com 63 resgates em 2020, 81 em 2021, 116 em 2022 e 87 em 2023. Somente entre os dias 19 e 23 de maio, duas operações realizadas em propriedades rurais de Anastácio e Paraíso das Águas resultaram no resgate de 19 trabalhadores, sendo que, neste último município, 14 paraguaios e dois brasileiros também foram vítimas de tráfico internacional de pessoas.
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