Cidades menores lideram entrada de migrantes; Três Lagoas é única entre maiores
Aparecida do Taboado lidera a lista, com 4.523 moradores de fora entre os 27.674 habitantes da cidade
Enquanto Campo Grande e Dourados registram proporção modesta de moradores vindos de outros estados ou países, cidades pequenas do interior de Mato Grosso do Sul aparecem no topo do ranking estadual de migração. A única exceção entre os grandes centros é Três Lagoas, que figura entre os 10 municípios com maior taxa de migrantes em relação à população total.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Cidades menores de Mato Grosso do Sul lideram o ranking estadual de migração, com Aparecida do Taboado no topo, registrando 16,34% de sua população composta por migrantes. Entre os grandes centros, apenas Três Lagoas figura entre os dez municípios com maior taxa de moradores vindos de outros estados ou países. O fenômeno migratório está diretamente relacionado ao crescimento econômico da região nordeste do estado, impulsionado pela instalação de fábricas de celulose, expansão do agronegócio e cultivo de eucalipto. Os principais grupos de migrantes são oriundos de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Paraná, além de estrangeiros, com destaque para venezuelanos.
Levantamento feito pelo Campo Grande News e pelo Jornal O Estado de São Paulo, com base nos dados do Censo 2022, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aponta que Aparecida do Taboado lidera a lista, com 4.523 moradores de fora entre os 27.674 habitantes da cidade. Isso representa 16,34% da população local. Já a Capital, com 898.100 habitantes, tem 24.337 moradores de outros estados ou países, o que equivale a apenas 2,71%.
- Leia Também
- Católicas são maioria entre mulheres que tiveram filhos em Campo Grande
- Maioria dos indígenas de MS é evangélica; católicos perdem espaço
Além de Aparecida do Taboado, os municípios que aparecem com maiores proporções de migrantes são: Chapadão do Sul, Paraíso das Águas, Costa Rica, Selvíria, Água Clara, Cassilândia, Ribas do Rio Pardo, Sonora e Três Lagoas. Em comum, quase todos estão localizados na região nordeste do Estado, próxima às divisas com São Paulo e Goiás – com exceção de Sonora, que faz fronteira com o Mato Grosso.
O movimento migratório acompanha o crescimento econômico da região, especialmente impulsionado pela chegada de grandes fábricas de celulose, ampliação do agronegócio e plantio de eucalipto em larga escala. A demanda por mão de obra nesses setores também aquece o comércio local e os serviços públicos, contribuindo para o crescimento populacional.
Entre os migrantes que chegam a Mato Grosso do Sul estão paulistas, goianos, mineiros e paranaenses. Também há presença significativa de estrangeiros, com destaque para venezuelanos, que somam 4.249 pessoas vivendo hoje no Estado. Outros grupos expressivos são os de paraguaios, bolivianos, haitianos, colombianos e japoneses.
A tendência nacional, segundo análise publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, mostra que nenhuma capital brasileira aparece entre as cidades com maior proporção de migrantes. Cidades como Itapoá (SC), Santa Cruz do Xingu (MT) e Chapadão do Céu (GO) ocupam o topo da lista nacional, mostrando como o interior vem atraindo novos moradores nos últimos anos.
A explicação passa por uma combinação de fatores: crescimento do agronegócio, oferta de emprego em setores públicos e privados e também a busca por qualidade de vida em cidades menores, com menos trânsito, violência e custo de vida. Enquanto isso, metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro apresentaram saldo migratório negativo, ou seja, mais pessoas saíram do que chegaram entre 2017 e 2022.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.
