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Cidades

Crescem relatos de covid pela 2ª vez, mas comprovar reinfecção "é muito difícil"

Mais de 15 casos suspeitos de reinfecção foram resgistrados no Estado, 12 já foram descartados pelo Ministério da Saúde

Ana Oshiro | 28/11/2020 12:51
Teste RT-PCR detecta sequencia genética de coronavírus (Foto: Arquivo/Kisie Ainoã)
Teste RT-PCR detecta sequencia genética de coronavírus (Foto: Arquivo/Kisie Ainoã)

Nas últimas semanas, os casos de pessoas positivas pela segunda vez para o novo coronavírus não param de aumentar em Mato Grosso do Sul, mas ainda não existe nenhum caso confirmado de reinfecção da doença no Estado, de acordo com a SES (Secretaria Estadual de Saúde).

Segundo a médica infectologista, Mariana Croda, integrante do COE (Centro de Operações de Emergência – Coronavírus), para um caso ser suspeito de reinfecção é preciso que exista um intervalo de, pelo menos, 90 dias entre os dois testes positivos.

"Esse é apenas um dos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Para confirmar se a covid-19 voltou mesmo, é preciso sequenciar o genoma do vírus. Provar que o código genético do primeiro vírus é diferente do segundo. É muito difícil, nem sempre o primeiro exame foi conservado a ponto de preservar as cepas do vírus que contaminou a pessoa pela primeira vez", explica a médica.

Uma mulher de 48 anos teve seu segundo teste positivo de covid-19 nesta semana, no dia 25, após ter sintomas como tosse e dor de cabeça. No início de julho ela já havia sido positivada para a doença, mas estava assintomática. O caso se encaixa no critério estabelecido e deve ser investigado pelo Ministério da Saúde.

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Atestados mostram dois positivos de pacientes com quase 5 meses de diferença (Foto: Reprodução)
Atestados mostram dois positivos de pacientes com quase 5 meses de diferença (Foto: Reprodução)

Nas redes sociais também existem relatos de pessoas que pegaram a covid-19 duas vezes, sendo que na segunda vez os sintomas costumam aparecer mais fortes. Em entrevista ao Campo Grande News, nesta semana, Crhistinne Maymone, secretária-adjunta da SES (Secretaria Estadual de Saúde) também falou sobre os casos de reinfecção e que eles estão chamando atenção, pelo fato da “manifestação da doença ser mais forte” num segundo momento.

"Ainda não é possível saber se a reinfecção acontece apenas uma vez, tem pouco tempo que a doença foi descoberta, mas está sendo estudado se existe possibilidade de uma mesma pessoa se reinfectar duas ou três vezes, por exemplo. Mas não tem como afirmar nada, é tudo muito novo", comenta a infectologista Mariana Croda.

Segundo a especialista, o exame detecta parte do vírus no corpo da pessoa, então o teste pode dar positivo mas o vírus estar inativo. Depois de ter um exame positivado, o paciente precisa fazer 10 dias de isolamento, mesmo que os sintomas persistam, após esse período ele não transmite mais. Em casos de pacientes mais graves, de acordo com a infectologista, o tempo de transmissão pode ser maior, por isso a orientação é de 20 dias de isolamento, para garantir que não haja risco de transmitir a doença para outras pessoas.

Relatos de reinfecção crescem em MS, mas nenhum caso foi comprovado, segundo a SES, embora o post de pessoas leiga use a palavra "confirmado" (Foto: Reprodução)
Relatos de reinfecção crescem em MS, mas nenhum caso foi comprovado, segundo a SES, embora o post de pessoas leiga use a palavra "confirmado" (Foto: Reprodução)

Atualmente outros seis casos de MS estão em investigação, Coxim, Dourados, Naviraí e Antônio João possuem um caso cada, já em Campo Grande são dois suspeitas de reinfecção. No início de novembro nove casos do Estado foram descartados pelo Ministério da Saúde.

No Brasil ainda não existem comprovação de reinfecção em nenhuma pessoa. No mundo existem 25 relatos de reinfecção comprovados por sequenciamento. Os dados são de um rastreador mantido pela agência de notícias holandesa BNO News.

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