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Cidades

Crimes contra a mulher reduzem, mas feminicídios ainda desafiam MS

Em 2020, o Estado já registrou 22 assassinatos por razão de gênero e governo vai implantar 21 Salas Lilás no Interior

Tainá Jara | 01/09/2020 17:21
Mulheres protestam contra o feminicídio em local onde corpo de Carla foi encontrado, em Campo Grande (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Mulheres protestam contra o feminicídio em local onde corpo de Carla foi encontrado, em Campo Grande (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Apesar de realizar a quarta edição do Agosto Lilás, campanha pioneira de combate a violência contra mulher no País, Mato Grosso do Sul ainda tem como desafio apresentar redução no número de feminicídios.

Em balanço da campanha, realizado na tarde desta terça-feira, a Polícia Civil divulgou 22 mortes por razão de gênero, em 2020. É o único crime contra mulher que mantém o mesmo ritmo de registros, em relação ao ano anterior. O Estado é um dos que mais mata em razão do gênero no País.

A subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres, Luciana Azambuja, lembrou a situação adversa apresentada em contexto de pandemia para promover ações de enfrentamento a violência contra a mulher.

“Em tempos de pandemia, a campanha se faz ainda mais necessária, porque sabemos que enquanto estamos aqui em isolamento, em distanciamento social, muitas mulheres estão vivendo em verdadeiros cativeiros dentro de suas casas, ao lado de seus agressores ”, ressaltou.

Conforme levantamento apresentando pelo delegado-geral da Polícia Civil, Marcelo Vargas, foram registrados 22 feminicídios consumados entre janeiro e agosto de 2020, no Estado. No ano passado, foram 30. Portanto, o ritmo se mantém.

Em relação a outros crimes, o Estado apresentou redução. De acordo com Vargas, houve queda de 10% nos registro de violência doméstica; 35% das tentativas de feminicídio; 16% nas ameaças e 25% nos estupros.

Remanejamento de recursos – Para enfrentar os crimes contra a mulher, o governo vai expandir a estrutura de enfrentamento no Interior. As Salas Lilás, implantadas nos municípios onde não há delegacias especializadas de atendimento à mulher, funcionarão em mais 21 cidades.

O projeto reserva uma sala nos prédios das delegacias de pronto atendimento para atender mulheres, crianças e adolescentes. Além do espaço ser separado do fluxo rotineiro das unidades, possui equipe preparada especificamente para estes casos.

Apenas 11 municípios do interior contam com delegacias de atendimento à mulher. As Salas Lilás estão em cinco. Mais 18 serão viabilizadas com verbas parlamentares de deputados estaduais e federais e outras três, nas cidades de Mundo Novo, Rio Verde e Bonito, serão implantadas com recursos que seriam destinados para ações de subsecretaria, em 2020.

“Nesse ano de pandemia, nós não tivemos gastos com os eventos, com as viagens, com diárias e eventos. Então, economizando em tempo de pandemia, fazendo as ações virtuais, nós conseguimos fazer esse remanejamento”, explicou Luciana Azambuja.

Virtual – Neste ano, o Agosto Lilás, campanha criada em 2016, e adotada por outros estados, foi realizada de forma virtual, em virtude da pandemia do novo coronavírus. De acordo com a subsecretaria, as ações on-line tiveram a participação de 113 mil pessoas, neste ano. Além disto, outros 60 municípios realizaram ações coordenadas.

Ligue 180 -  A Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência - Ligue 180 – é um serviço de utilidade pública gratuito e confidencial (preserva o anonimato), oferecido pela Secretaria Nacional de Políticas, desde 2005.

O Ligue 180 tem por objetivo receber denúncias de violência, reclamações sobre os serviços da rede de atendimento à mulher e de orientar as mulheres sobre seus direitos e sobre a legislação vigente, encaminhando-as para outros serviços quando necessário.

A Central funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados, e pode ser acionada de qualquer lugar do Brasil e de mais 16 países (Argentina, Bélgica, Espanha, EUA (São Francisco), França, Guiana Francesa, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Portugal, Suíça, Uruguai e Venezuela).

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