Disque 100 recebeu 1.842 denúncias de violações dos direitos humanos em MS
As denúncias representam 11,8 mil casos como maus-tratos, exploração sexual e violência doméstica

De janeiro até início de abril, a plataforma Disque 100 registrou 1.842 denúncias de violações dos direitos humanos em Mato Grosso do Sul, representando 11.896 casos, como maus-tratos, discriminação, exploração sexual ou feminicídio. Em todo o País, foram 121,5 mil denúncias.
Os dados fazem parte do Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos computados até dia 2 de abril e divulgados hoje. Os números serão atualizados a cada três meses pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.
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Conforme dados do Ministério dos Direitos Humanos, cada denúncia pode envolver uma ou mais violações dos direitos humanos, como violência doméstica, maus-tratos e exploração sexual, por exemplo.

Das 1.842 denúncias registradas em Mato Grosso do Sul, a maioria diz respeito a ataques e ameaças à integridade física, 1.532 denúncias.
Das 11.896 violações, 4.763 referem-se à ameaça física, 4.474 foram ameaças psíquicas e 1.287 de casos de negligência, entre outras categorias. Há, ainda, casos de denúncia de ataque à liberdade, direitos sociais, políticos e de vida.
A mulher é a principal vítima dos casos, seguido de crianças e adolescentes. A população LGBTQIA+ representou 20 denúncias, com 120 violações dos direitos.
Dos casos registrados em Mato Grosso do Sul, a maioria das denúncias tinha como cenário a casa onde reside a vítima e/ou suspeito, 913. Nestes casos, foram contabilizadas 6.354 violações aos direitos humanos. Sendo somente a casa da vítima como cenário, foram 565 denúncias.
No Estado, os casos aconteceram, principalmente, em Campo Grande, com 972 denúncias e 6.072 violações dos direitos humanos, seguido de Dourados, com 133 denúncias.
O painel mostra que o Disque 100 foi usado por testemunhas dos casos. Das 1.842 denúncias em MS, 1,5 mil foram relatadas por terceiros. Para acessar os dados, clique aqui.
Novidades - Segundo explicou o ministério, os dados de perfil de vítimas e suspeitos e outras informações sobre as denúncias, como tipo de violação, foram disponibilizados com a implementação da opção SIC - Acesso à Informação, no Painel de Dados da ONDH, em que são disponibilizados os dados abertos obtidos por meio de pedidos da Lei de Acesso à Informação.
"Agora, de forma aberta, é possível acessar os perfis das vítimas e dos suspeitos, tipos de demandas e fazer a análise das denúncias com uma visão gerencial dos dados que são demandados à Ouvidoria”, explicou o coordenador-geral do Disque Direitos Humanos, Sidnei Costa, em nota divulgada hoje (6) pelo ministério.
No mesmo texto, o ouvidor nacional dos Direitos Humanos, Bruno Renato Teixeira, faz um apelo para que a sociedade se engaje na utilização do Disque 100. “A nova periodicidade e a opção referente ao SIC trazem mais transparência a este processo no qual queremos a participação ativa de todas as pessoas, tanto denunciando violações como atuando no desenvolvimento e promoção de políticas públicas”, disse. (Com informações da Agência Brasil).