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Cidades

Gaeco investiga vazamento de duas fases da operação Omertá

Suspeita envolve fase em que Fahd Jamil escapou e também data em que bancas do bicho foram lacradas

Marta Ferreira | 17/06/2021 14:45
Viatura da Polícia Civil na frente da mansão de Fahd Jamil em Ponta Porã, em dia de tentativa de prisão. (Foto: Divulgação)
Viatura da Polícia Civil na frente da mansão de Fahd Jamil em Ponta Porã, em dia de tentativa de prisão. (Foto: Divulgação)

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) está investigando dois episódios de vazamento de ações da operação Omertà, desencadeada desde setembro de 2019, para desbaratar organizações criminosas envolvendo mais de uma centena de pessoas em Mato Grosso do Sul. Há suspeita de que investigados alvos de mandados souberam do que ia acontecer no dia 18 de junho, na fase chamada “Armageddon”, quando o principal alvo foi o Fahd Jamil, que fugiu no dia e se entregou só este ano, e também em 2 dezembro, na etapa denominada “Arca de Noé”, que lacrou bancas do jogo do bicho espalhadas por Campo Grande.

Durante depoimento esta semana em ação derivada da Omertà, o delegado Fabio Peró, coordenador da força-tarefa no âmbito da Polícia Civil, disse que o vazamento da ação para prender Fahd Jamil, e também o filho dele, Flavio Jamil Georges, até hoje foragido, é a única explicação para a diligência não ter alcançado o resultado esperado. Segundo ele, foram achados indícios de que quem estava na mansão do “Rei da Fronteira” até minutos antes da batida policial saiu correndo.

“Tinha comida morna em cima de uma mesa”, relatou. Não apenas a prisão de Fahd Jamil deixou de ser realizada. Havia uma casa, vizinha à mansão dele em Ponta Porã, que funcionaria como paiol, mas nada foi achado, indicando, conforme a autoridade policial, retirada dos itens ilegais.

Peró, na audiência judicial, comentou que a operação uniu diversas unidades de força de segurança e, mesmo com as informações compartilhadas, acabou acontecendo algum tipo de escape de informação.

A influência do alvo principal, Fahd Jamil, também foi comentada por Peró, seguida da informação de que o fato está sob apuração.

Ele não citou o Gaeco, mas a reportagem do Campo Grande News apurou que é o braço do Ministério Público de Mato Grosso do Sul responsável pela apuração.

O outro caso - No ano passado, quando as diligências da fase Arca de Noé foram antecipadas justamente pelo mesmo motivo, o Gaeco informou que abriria apuração. Os resultados ainda não foram tornados públicos.

Procurado, o Gaeco disse que não poderia falar de apurações em andamento.

Explicou, porém, as implicações possíveis para responsáveis por antecipar informações de operações sigilosas. “Qualquer pessoa que atrapalhe investigações sobre organizações criminosas pode responder por obstrução de justiça”, informa  o texto.

No caso de funcionário público, pode ainda responder por violação de sigilo funcional, acrescenta o Gaeco.



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