Golpista, dono de agência de viagens já foi sequestrado ao tentar enganar PM
Hoje, estelionatário e familiares acabaram presos durante operação da polícia de Goiás
Dono de uma agência de viagens, Andrews Crislley de Carvalho Reis, de 38 anos, preso nesta quarta-feira (26) durante a Operação Viagem de Papel, deflagrada pela Polícia Civil de Goiás, era o líder da quadrilha que aplicava golpes com falsos pacotes em todo o país. Morador do Jardim Samambaia, em Campo Grande, ele já chegou a ser sequestrado ao tentar enganar um policial militar.
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O PM (policial militar) e o sogro foram presos à época, em julho de 2017, em Dourados, a 251 km da Capital. Eles colocaram Andrews e um funcionário sob a mira de armas e os obrigaram a entrar em um veículo. Por volta de 23h30 daquele dia, a PM recebeu ligação da esposa de Andrews, dizendo que o marido e o outro rapaz estavam sendo mantidos em cárcere privado em um apartamento do residencial Maxwell, da Rua Ciro Melo, região central da cidade.
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Uma equipe da PM foi ao local e encontrou os dois homens na companhia do policial e do sogro dele. Inicialmente, os dois sequestrados informaram que “tudo estava bem”, mas os policiais notaram que eles estavam nervosos. Andrews e o funcionário foram retirados do apartamento e, mais longe, confirmaram que as agressões ocorreram por causa de um desacerto comercial, já que ele não teria conseguido honrar o compromisso de emitir passagens aéreas depois de ter recebido R$ 2,5 mil. O PM afirmava que os liberaria só depois que resolvessem a emissão das passagens.
Todos os envolvidos foram encaminhados para a delegacia da Polícia Civil de Dourados. O policial acabou autuado e encaminhado ao 3º Batalhão da PM por ter cometido crime militar.
Golpista - Andrews é velho conhecido na prática de crimes de estelionato, utilizando o mesmo "modus operandi" e, por esse motivo, foi alvo de operação policial nesta quarta-feira (26). Líder da quadrilha, ele, a esposa, o cunhado e outras duas pessoas acabaram presas por crimes de estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O grupo estava atuando há quase 10 anos.
Por meio da empresa On Tur, no nome de Andrew, a quadrilha familiar vendeu pacote turístico para o Japão no valor de R$ 90 mil a uma família e simplesmente desapareceu. As vítimas procuraram a polícia de Goiás, que iniciou as investigações, em julho de 2025, junto à polícia de Mato Grosso do Sul. No decorrer das apurações, foi descoberto que artistas e até ex-jogadores de futebol foram vítimas dos criminosos.
O golpe não é isolado: há dezenas de vítimas em vários estados brasileiros, todas atraídas por promessas de viagens internacionais muito abaixo do preço de mercado. Eles justificavam os valores baixos com um suposto esquema de milhas e descontos especiais junto a companhias aéreas.
Para dar credibilidade ao crime, algumas viagens chegavam a acontecer, assim a quadrilha conseguia adquirir a confiança dos clientes, fazendo com que eles indicassem o serviço a outras pessoas. A partir daí, aplicavam o golpe.
Depois de fechar a negociação, as vítimas eram orientadas a pagar via Pix para contas de terceiros. Quando chegava o período de entrega dos bilhetes, os golpistas começavam a dar desculpas, paravam de atender telefonemas, bloqueavam mensagens e sumiam com o dinheiro. Em seguida, realizavam a chamada “pulverização” das transferências, espalhando o dinheiro entre várias contas para dificultar o rastreamento.
Vínculos familiares - Andrews tinha um CNPJ ativo de agência de viagens. O principal “braço direito” - responsável por receber parte dos valores - é o cunhado dele, Everton Gomes Barbosa. A esposa do líder, Evelin Gomes Barbosa, também possui histórico de golpes semelhantes e chegou a ser proprietária de uma agência posteriormente inativada.
Além disso, Andrews tem um longo histórico criminal em Mato Grosso do Sul e no Rio de Janeiro, sempre por golpes relacionados à venda de pacotes de viagens.
Prisões - Durante a operação nesta manhã foram presos em Campo Grande: Andrews, a esposa Evelin, o cunhado Everton, um comparsa, Matheus Sarmento Garcia e Lauriana Sabio da Silva. Além dos mandados de prisão cumpridos na Capital, houve bloqueio de R$ 300 mil em bens ligados ao grupo.
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