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Cidades

MS atinge marca de 2 milhões de doses aplicadas

Para quem aplica e quem recebe, vacina é oportunidade de virar a página da pandemia

Anahi Zurutuza e Liniker Ribeiro | 11/07/2021 18:46
Na fila para tomar vacina no drive-thru do Albano Franco, Danielle Valentim se emocionou ao lembrar da mãe, que a covid levou (Foto: Paulo Francis)
Na fila para tomar vacina no drive-thru do Albano Franco, Danielle Valentim se emocionou ao lembrar da mãe, que a covid levou (Foto: Paulo Francis)

11 de julho de 2021. Passados 484 dias do anúncio que Mato Grosso do Sul tinha dois casos confirmados de covid-19, doença que já fazia estragos pelo mundo, o Estado atinge a marca de 2 milhões de doses de vacinas que previnem os efeitos devastadores do coronavírus aplicadas.  Marca a ser comemorada é resultado do esforço de milhares de profissionais da saúde, que desde o dia 19 de janeiro trabalham arduamente para imunizar a população o mais rápido possível.

Referência em todo o País, Mato Grosso do Sul se tornou destaque não só na aplicação, mas também na distribuição das 2.094.020 doses enviadas ao Estado pelo Ministério da Saúde, até o momento, das vacinas Coronavac, Astrazeneca, Pfizer e a mais recente Janssen, de dose única.

Dados do Painel Mais saúde Mostram que foram 2.00.334 vacinas aplicadas. (Foto: SES)
Dados do Painel Mais saúde Mostram que foram 2.00.334 vacinas aplicadas. (Foto: SES)

Conforme a SES (Secretaria de Estado de Saúde), as 2.000.334 milhões de doses aplicadas incluem o reforço na imunização, ou seja, as segundas doses. Ao todo, 1.254.869 pessoas tomaram a vacina pela primeira vez até este domingo, enquanto 745.465 completaram  o ciclo de imunização, sendo que 193.048 destes receberam dose única.

Para quem atua na linha de frente da vacinação, esperança. “Chegar a 2 milhões  de doses aplicadas provoca um misto de sentimentos. Tem felicidade, mas ainda angústia acompanhada de alívio. Muita gente perdeu seus entes queridos para a covid e, quando chega aqui para vacinar, a gente sente que eles estão recebendo conforto. A pessoa chega aliviada, falando 'finalmente chegou a minha vez'. Não tem como não se emocionar junto”, destaca a técnica de enfermagem Iolanda Vieira dos Santos, de 38 anos.

Para ela, vacinar é aplicar uma “gotinha de esperança” em cada uma das milhares de pessoas “que passam pelas minhas mãos”.

Assim com muitas famílias que vivem em Mato Grosso do Sul, a profissional entende a dor de perder alguém próximo. “Perdi meu cunhado, minha irmã também foi contaminada, mas o esposo a dela, infelizmente, não conseguiu se salvar”, relembra emocionada.

Trabalhando na aplicação de vacinas desde abril, Midiana Gabriel, 56, diz que só sente gratidão por fazer parte da equipe. “Tenho passado por pessoas agradecidas. Às vezes eles questionam porque não trouxeram a vacina antes, já perdemos pessoas da nossa família, às vezes as pessoas chegam chorando, a gente chora junto, se emociona. Mas, isso nos motiva.

A vacinadora não vê a hora de o mundo poder definitivamente virar essa página da história. “Vacinar é ter a oportunidade de escrever uma nova página. O que eu mais quero é ver o final dela, ver as pessoas jogando fora a máscara, podendo se reunir”.


Vanessa Ricarte sendo vacinada (Foto: Arquivo pessoal)
Vanessa Ricarte sendo vacinada (Foto: Arquivo pessoal)

A jornalista Danielle Valentim, de 30 anos, foi só emoção ao chegar para vacinar no drive-thru do Albano Franco neste sábado. Ela perdeu a mãe Tereza, de 47 anos, para a covid-19. “Eu não sei descrever o que sinto neste momento, mas com certeza é um dia de muita alegria. Hoje estou aqui pela minha mãe que morreu de uma doença que já tinha vacina. São mais de 531 mil mortes no País. Milhares de famílias em luto. Sabemos que é uma crise sanitária mundial, mas o governo brasileiro tratou muitos pontos da pandemia de forma irresponsável e criminosa”.

Imunizada com a vacina de dose única, ela comemora a marca de 2 milhões de aplicações. “Meu pai e meu irmão foram vacinados também. É aquele pingo de esperança num mar de tristeza que minha família ainda vive”.

Também jornalista, Vanessa Ricarte conta que está há um ano e meio sem ver os pais e após tomar a vacina, não vê a hora do reencontro. “Meu pai ele é renal crônico, diabético. Então, faz um ano e seis meses que não vou para a casa deles. Foi um dia fundamental na minha vida. Nossa, meu braço tá doendo, mas isso aí é o de menos, que eu a felicidade é tão grande que isso pra mim é irrelevante, sabe?”.

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