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Cidades

MS tem queda em mortes violentas, mas ainda vive guerra de facções, diz estudo

MS registra a 23ª posição em índices de homicídios, mas a guerra pelo narcotráfico voltou a crescer

Silvia Frias | 20/07/2023 12:44
Execução a tiros de fuzil, ocorrida em fevereiro do ano passado, em Ponta Porã (Foto: Tião Prado/Ponta Porã Informa)
Execução a tiros de fuzil, ocorrida em fevereiro do ano passado, em Ponta Porã (Foto: Tião Prado/Ponta Porã Informa)

A guerra de facções na região de fronteira ainda surte efeitos nos índices de violência em Mato Grosso do Sul. Embora os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados hoje, indicam que o Estado, em 2022, registrou o quinto menor índice do país de mortes violentas intencionais, o cenário ainda é de conflito, que acabou impactando outras regiões brasileiras.

O anuário foi publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, baseado nos dados enviadas pelas secretarias de segurança pública e órgãos correlatos no país.

Em 2022, Mato Grosso do Sul registrou 515 mortes violentas intencionais (MVI), segundo dados do anuário. Isso representa queda em relação aos 511 registros do ano anterior. A classificação inclui homicídios dolosos, latrocínios, lesão corporal seguida de morte e mortes por intervenção policial.

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Na proporção populacional, a pesquisa mostra que MS teve taxa de 18,7 para cada 100 mil habitantes, ficando abaixo da média nacional, de 23,4 para cada 100 mil habitantes. No ranking brasileiro, ficou na 23ª posição. O maior índice foi registrado no Amapá, 50,6 para cada 100 mil habitantes.

Em todo o Brasil, o levantamento calculou a ocorrência de 47.508 mortes violentas intencionais em 2022, sendo o menor índice dos últimos 12 anos, quando, em 2021, foram contabilizadas 47.215 mortes.

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Mortes – No anuário, consta que MS registrou 496 homicídios dolosos (intencionais) em 2022, alta de 2,05% em relação a 2021, quando foram contabilizados 486 homicídios dolosos.

No Estado, foram registrados 13 casos de latrocínio no ano passado e 13 em 2021. Também houve queda no índice de lesão corporal seguida de morte, que passou de 11 casos em 2021 para 6 em 2022.

Sobre os casos de morte por intervenção de policiais, em serviço e fora do período de trabalho, foram contabilizados 45 casos no ano passado, queda em relação a 2021, quando foram registrados 53 óbitos dessa natureza.

O diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, disse ao Campo Grande News que há informações de que houve o recrudescimento das disputas entre PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho) pelo controle do tráfico de drogas na região de fronteira.

Segundo ele, o crescimento já era perceptível desde 2016, quando aconteceu a execução de Jorge Rafaat Toumani, em Pedro Juan Caballero, considerado o chefe do tráfico na região. Depois da morte de Rafaat, o PCC perdeu espaço. “Mas houve reação para retomar espaço desde 2016 e o que temos ouvidos são os policiais dizendo que esta guerra ainda está acontecendo”.

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O relatório deste ano também cita os desdobramentos da morte de Rafaat. Conforme avaliação publicada no anuário, o conflito entra as facções se estendeu em vários estados, com “crescimento agudo da violência nos anos de 2016 e 2017”. As facções passaram a explorar cada vez mais as alianças formadas em estados da região amazônica, ampliando a ação do narcotráfico com madeireiros e garimpeiros.

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