Na versão mexicana, ex-major Carvalho virou Guillermo e “rejuvenesceu” 4 anos
Diante das autoridades na Hungria, ele disse ter receio de ser julgado pela Justiça Brasileira

Preso nesta semana na Hungria com documentos falsos, o ex-major Sergio Roberto de Carvalho, expulso da PM (Polícia Militar) de Mato Grosso do Sul, usava documentos de nacionalidade mexicana em nome de Guillermo Flores.
Enquanto o ex-oficial, apelidado de “Escobar brasileiro”, nasceu em 18 de abril de 1958, a versão mexicana “nasceu” em 25 de junho de 1962. O documento tem data de expedição de junho de 2021, quando Carvalho já era foragido da operação Enterprise, liderada pela PF (Polícia Federal) do Paraná.
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Diante das autoridades na Hungria, ele disse ter receio de ser julgado pela Justiça Brasileira. Em novembro de 2020, Carvalho fugiu do cerco chamou a atenção por ter até uma versão “morto-vivo”.
Na ofensiva contra o tráfico internacional de drogas, foram bloqueados R$ 400 milhões em bens e imóveis dos investigados, incluindo carros de luxo, joias, imóveis e 37 aeronaves (uma delas avaliada em 20 milhões de dólares).
Em Portugal, num imóvel ligado ao major, foram apreendidos 12 milhões de euros em uma van. Na Espanha, a mansão de Carvalho foi avaliada em 2,5 milhões de euros.
A investigação revelou organização criminosa com tentáculos no exterior e várias localidades no Brasil: Mato Grosso do Sul, Paraná, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e São Paulo. O objetivo era levar cocaína para a Europa, onde o quilo da droga é vendido por R$ 200 mil.
No Estado, foi identificado grupo com quatro pessoas que atuava na logística de “internalização, transporte e fornecimento de carregamentos de cocaína a partir de Ponta Porã, fronteira com o Paraguai, com uso de caminhões graneleiros”.
Apesar de comum que chefões do tráfico de drogas polarizem entre a atividade criminosa e a vitrine de empresários bem sucedidos no mercado formal, o ex-major foi além: tinha uma versão morta, batizada de Paul Wouter.
A defesa Wouter apresentou certidão de óbito por covid-19, sendo o corpo cremado, portanto sem condições de análise de DNA dos restos mortais para confirmar a identificação.