Nos EUA há 15 anos, campo-grandense comemora imunização contra covid
Enfermeira, Fernanda Zayas tomou a vacina contra doença ontem e diz não ver a hora da imunização chegar a todos
Enfermeira nos Estados Unidos há 10 anos, Fernanda Zayas, 37, recebeu a vacina contra covid-19 ontem, 22 de dezembro e pode ser considerada a primeira campo-grandense imunizada contra a doença, que já fez 959 vítimas fatais na Capital e 2.130 em todo Mato Grosso do Sul.
Ao Campo Grande News, Fernanda contou que pela profissão, vê “de perto os efeitos terríveis da covid. Então quero muito fazer minha parte para o controle da pandemia”, afirma, contando sobre a ansiedade, mas também da alegria em ter sido vacinada. A segunda dose será aplicada em 12 de janeiro.
Ela disse que desde o começo da pandemia estava na expectativa de ver uma vacina. “Logo que ela foi aprovada e eu fiquei sabendo que estaria disponível no hospital, fiquei com uma leve ansiedade, mas fiz pesquisas, troquei ideias com colegas da enfermagem e médicos e aí vi que era a opção mais segura”, afirmou.
Morando na cidade de Fayetteville, Arkansas, há 15 anos, Fernanda trabalha como professora de enfermagem na Universidade do Arkansas e atua como enfermeira no Hospital Washington Regional.
Com familiares em Campo Grande – pais, avó, tios, primos e irmão caçula -, onde os imunizantes ainda não têm data para chegar, a enfermeira comenta que se preocupa e não vê a hora em que todos poderão ser vacinados também.
“Minha mãe teve covid. Ela felizmente não precisou ser internada, melhorou, mas até hoje tem fraqueza. Fico sim preocupada com a falta de infraestrutura (no Brasil), saber da falta de condições pra armazenamento, porque a logística tem que ser muito bem organizada”, afirma.
Uma irmã de Fernanda também mora nos Estados Unidos, e lá, a expectativa é de que a vacina chegue para todos em abril. “A previsão da vacina chegar aqui pra população em geral é abril, minha irmã quer se vacinar e não vejo a hora. E quero demais que a vacina também esteja disponível no Brasil pra todos, aliás no mundo todo”, torce. Marido e filhos dela também estão na expectativa da imunização.
Ela foi imunizada por ser profissional de saúde e além de trabalhar diretamente com pacientes, também trabalha num projeto de apoio aos infectados, fazendo ligações de acompanhamento deles. “Me exponho bastante ao vírus, inclusive correndo o risco de trazer pra minha família”.
Sobre receios à vacina, ela tranquiliza. “Sei que as pessoas têm preocupações quanto à vacina, mas eu fiz minhas pesquisas e estou muito esperançosa que a vacinação seja a via pra conseguirmos aos poucos voltar a uma vida normal, assim como a vacinação foi a chave pra volta de uma vida normal em relação a outras doenças”, finaliza Fernanda.