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Cidades

Operação contra Máfia do Cigarro tem pedido de anulação por falso PF infiltrado

A vida dupla do fiscal da prefeitura de Dourados já tinha sido notícia por cobrança de propina de R$ 1 milhão

Aline dos Santos | 08/10/2020 12:35
Wellington, em março de 2018, quando acompanhava o irmão policial. 
Wellington, em março de 2018, quando acompanhava o irmão policial.

Perante à PF (Polícia Federal), um infiltrado. Na frente dos contrabandistas, se comportava como o APF Elder, um agente da lei.

A vida dupla de Wellington José Carvalho de Almeida, na verdade fiscal da prefeitura de Dourados  e irmão gêmeo de PM preso na ação, já foi notícia por ter se passado por policial e cobrado propina de R$ 1 milhão da Máfia do Cigarro. Mas agora, a sua atuação motiva pedido de anulação da operação Nepsis, encaminhado no último dia 5 ao TRF 3  (Tribunal Regional da 3ª Região).

O habeas corpus foi apresentado pela defesa de Carlos Alexandre Gouveia, conhecido como Kandu, acusado de organização criminosa, contrabando e corrupção ativa.

 De acordo com o advogado José Augusto Marcondes de Moura Junior, Wellington atuou como “pseudo policial”, com conhecimento de delegado lotado em Ponta Porã, numa terceirização da investigação e até com dica de um policial federal para usar barba, como é comum entre os agentes.

Segundo o pedido de habeas corpus, Wellington atuou em campanas e diligências, sendo responsável pela informação que culminou na apreensão de lista com 700 nomes de policiais.

O advogado pede a nulidade usando a teoria dos frutos da árvore envenenada. “Ou seja, havendo uma origem ilícita, como in casu, uma investigação eivada de inconstitucionalidade, toda a prova dela decorrente, mesmo que não ilícita em si, não poderia ser admitida, pois já estaria contaminada”.

Na peça processual, o advogado sustenta que Wellington extrapolou a função de informante, que é o civil que comunica supostos crimes. A defesa afirma que ele recebeu telefone da Polícia Federal, acesso a informações e relatórios sigilosos. “Era Wellington um policial federal ‘terceirizado’, realizando diligências e campanas como se policial federal fosse”.

Segundo o pedido levado ao TRF 3, delegado da PF, lotado em Ponta Porã, disse que Wellington foi preso temporariamente em 22 de setembro de 2018, quando foi deflagrada a primeira fase da Nepsis, e era suposto gerente da organização.  Preso na PF, disse que estava fazendo um levantamento e se propôs a atuar como informante.

Wellington foi novamente preso na segunda fase da Nepsis, realizada em fevereiro do ano passado. A defesa do fiscal não quis se manifestar sobre o pedido de anulação da operação.

De acordo com a Polícia Federal, todos os fatos relativos ao fornecimento de informações para a "Operação Nepsis" por parte de Wellington José Carvalho de Almeida foram devidamente explicados nos autos do processo na 2ª Vara da Justiça Federal Ponta Porã.

“No qual foi condenado em primeira instância a mais de 10 anos de reclusão, não sendo apontada qualquer irregularidade na atuação da Polícia Federal”.

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