ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 29º

Cidades

Para sindicato, tribunal fez manobra para evitar veto do CNJ a bônus de juíz

TJMS respondeu conselho só depois de publicada lei que institui gratificação de 20% por excesso de trabalho

Jones Mário | 18/12/2019 13:17
Magistrados de MS tiveram aprovada gratificação de 20% por excesso de trabalho (Foto: Leonardo Rocha)
Magistrados de MS tiveram aprovada gratificação de 20% por excesso de trabalho (Foto: Leonardo Rocha)

Na avaliação do Sindijus-MS (Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul), o TJMS (Tribunal de Justiça do Estado) teve “má fé” ao responder intimação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) só depois de vencido o prazo de cinco dias estipulado pela instituição. Autor do pedido de providências contra a gratificação aos juízes por excesso de trabalho - fixada em 20% -, o sindicato acusa o tribunal de se manifestar após o bônus virar lei para escapar da análise do mérito da solicitação.

Gerado após o pedido do Sindijus-MS, o PCA (Procedimento de Controle Administrativo) que apura a legalidade da gratificação aos magistrados do Estado teve despacho emitido no dia 25 de novembro. No documento, a conselheira Maria Tereza Uille Gomes deu prazo de cinco dias para o TJMS prestar informações sobre os fatos narrados.

O CNJ ainda encaminhou os autos da solicitação à Corregedoria Nacional de Justiça, para, se for o caso, emissão de parecer da instituição.

Conforme andamento processual, o TJMS só respondeu 20 dias depois do despacho, na sexta-feira (13), exatamente na data de publicação em Diário Oficial da lei que estabelece a gratificação de 20%.

No retorno ao CNJ, o tribunal defendeu a extinção do pedido do sindicato, pois teria ocorrido perda do objeto uma vez que o projeto se tornou lei.

O TJMS disse que só vai efetuar os pagamentos após autorização da corregedoria.

No argumento dos magistrados, o bônus por “acúmulo de acervo” não se confunde com as verbas recebidas para substituição e para acúmulo de jurisdição de juizado adjunto e turma recursal.

O tribunal ainda reiterou a legalidade da gratificação, pois foi aprovada em outros estados, e defendeu a economia propiciada aos cofres, uma vez que a medida evita a nomeação de novos juízes.

Pressão - Vice-presidente do Sindijus-MS, Fabiano Reis está em Brasília (DF) a fim de se reunir com o ministro Dias Toffoli, presidente do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). O representante da entidade quer acelerar a decisão sobre o pedido de providências.

“Vou tentar uma audiência com o ministro ou com sua assessoria para explicar a questão do nosso pedido, dar uma acelerada. Não são só os servidores. A população quer uma decisão”, respondeu.

O Sindijus-MS mantém a esperança do CNJ barrar a gratificação.

Agora é lei - O bônus aos magistrados nasceu em 33% na proposta do Judiciário. Após negociação com deputados, o próprio TJMS aceitou apresentar emenda e reduzir o percentual para 20%.

O Judiciário estadual calculou impacto financeiro com pagamento da gratificação em R$ 1.071.296,59.

Segundo Painel de Remuneração dos Magistrados, o total de pagamentos do TJMS para juízes e desembargadores foi de R$ 78 milhões, de janeiro a julho deste ano. Com descontos, o valor líquido chegou a R$ 55,6 milhões.

Nos siga no Google Notícias