Professor sul-mato-grossense some após viajar para lutar na guerra da Rússia
Fábio Santos deixou o Brasil em maio deste ano e, em julho, parou de se comunicar com a família
O professor de história Fábio Santos, sul-mato-grossense, está desaparecido há quatro meses após viajar dizendo que ia lutar pela Rússia, na guerra contra a Ucrânia. Ele deixou o Brasil em maio deste ano. À família, Fábio contou que iria trabalhar no fronte e, depois disso, não fez mais nenhum contato.
RESUMO
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Professor de história sul-mato-grossense, Fábio Santos, está desaparecido há quatro meses após viajar para a Rússia para atuar na guerra contra a Ucrânia. Ele partiu do Brasil em maio, após aceitar proposta de dois homens que prometeram levá-lo ao Exército russo. Segundo sua irmã, Terezinha Sedei, Fábio manteve contato inicial enviando vídeos e fotos da rotina militar. A última mensagem informava que iria para a linha de frente. A família busca informações junto a autoridades russas e brasileiras, mas ainda não obteve respostas sobre seu paradeiro.
A irmã dele, Terezinha Sedei, 52 anos, contou ao Campo Grande News que Fábio se comunicou nos primeiros meses, enviando vídeos, fotos e mensagens sobre a rotina militar, até desaparecer completamente. “Faz quatro meses que ele não dá mais notícia. Até então ele falava com a gente, e esses dois também falavam com a minha irmã. Mas do nada sumiu tudo. A gente não tem mais contato”, relata.
Segundo ela, famílias de outros brasileiros na mesma situação começaram a procurá-la pelas redes sociais, relatando que também perderam contato com parentes enviados à guerra. Terezinha recebeu ainda uma informação extraoficial que aumentou a preocupação.
“Falaram que no sistema do Exército ele consta como desaparecido. Mas a gente não sabe se é desaparecido porque morreu, se está ferido, se está em missão secreta… ninguém diz nada”, detalha.
A família tenta contato com autoridades russas e brasileiras, mas ainda sem retorno. “A gente quer que a Rússia, a embaixada russa, fale o que aconteceu”, afirma. A última vez que Terezinha ouviu Fábio foi quando ele avisou que seguiria para uma região de combate.
“A última mensagem dizia que ele estava indo para a linha de frente, que amava muito a gente. Falou que não sabia quando voltaria a se comunicar e que, assim que desse, falaria de novo. Depois disso, nunca mais”, lembra.
Antes de embarcar, Fábio viveu por anos entre Campo Grande, Rio Grande do Sul e cidades do interior. Trabalhou como corretor, motorista de aplicativo e professor. Segundo a irmã, ele sempre foi apaixonado pela história da Rússia. “Ele falava ‘Mãe Rússia’. Era o sonho dele conhecer o país”, recorda.
Mesmo sem notícias, a família tenta manter a esperança. “A gente tem certeza de que ele está vivo, no nosso coração. Ele deve estar em alguma missão. Ele vai voltar, vai se comunicar de novo. Mas enquanto isso, é essa angústia”, diz.
Terezinha afirma que continuará buscando informações com autoridades e grupos de brasileiros que também viajaram para integrar o Exército russo. “Tem muitos brasileiros lá. Eu mesma tive contato com vários. Mas o meu irmão é daqui. A gente só quer uma resposta”, finaliza.
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