Sem apresentar dados, autoridades discutem redução de violência no trânsito
Encontro em Campo Grande debate plano nacional para reduzir mortes e lesões em acidentes

Especialistas, autoridades, agentes e policiais que atuam no trânsito nas cidades e rodovias estão reunidos em Campo Grande, na sede do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), para debater ações que possam reduzir a violência no trânsito. Mesmo sem apresentar números, o tema é discutido em avaliação periódica do Pnatrans (Plano Nacional de Redução das Mortes e Lesões no Trânsito) e a preocupação principal é com motociclistas, as principais vítimas.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Especialistas e autoridades se reuniram em Campo Grande para discutir a redução da violência no trânsito, com foco em motociclistas, que representam a maioria das vítimas. Apesar da ausência de dados concretos, a presidente do Conselho Estadual de Trânsito, Regina Maria Duarte, mencionou a importância de atualizar diretrizes a cada dois anos. Um balanço do Detran revelou um aumento de 25% nas vítimas de acidentes com motocicletas entre 2021 e 2024. A Polícia Rodoviária Federal destacou a redução de 17% a 20% nas BRs, atribuída à fiscalização. A necessidade de parcerias entre órgãos e a preocupação com a formação de condutores foram enfatizadas como essenciais para a segurança no trânsito.
A presidente do Conselho Estadual de Trânsito, Regina Maria Duarte, apontou que a audiência deve ser feita a cada dois anos para atualizar diretrizes. Embora sem dados, ela apontou que foi sentida a redução nas mortes em cidades do Estado e mencionou a necessidade de se voltar à fragilidade dos motociclistas. “Nós estamos tentando alcançar essa clientela, procurando onde estão e como vamos trabalhar. E vamos escutar as propostas para podermos em 2026 melhorar o índice de Mato Grosso do Sul”, citou.
Um balanço divulgado pela Gerência de Análise e Estatística de Trânsito do Detran no meio do ano apontou que o número de vítimas de acidentes com motocicletas aumentou 25% entre 2021 e 2024 em Mato Grosso do Sul. Já neste ano, na Capital, foram 2.324 acidentes com motos e 4.861 vítimas até julho. À época, a frota era de 370 mil motocicletas. Do total de 31 mortes no trânsito da Capital, 26 foram de motociclistas, ou seja, 83% dos casos.
Segundo o chefe da Seção de Operações da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Vinícius Figueiredo, há uma preocupação especial com os motociclistas no anel viário da Capital, onde são as principais vítimas.
Segundo o policial, em 2024 houve redução de vítimas nas BRs, mas há expectativa de verificação de queda mais expressiva para este ano, chegando a um “bom número”. Há estimativa de queda de 17% a 20%.
Na análise de Figueiredo, isso se deve à fiscalização. Ele menciona preocupação especial com a BR-163, a mais longa e movimentada, e com as BR-262 e BR-060. A BR-262, que atravessa o Estado de leste a oeste, tem o agravamento da presença de veículos pesados e de bichos na pista rumo ao Pantanal. Já a BR-060, que segue de Bela Vista à região de divisa com Goiás, sente aumento do fluxo de veículos diante do crescimento de atividades econômicas. Há expansão de empreendimentos na região da saída para Sidrolândia e também do plantio de eucalipto na região de Camapuã.
PRF fala em 17% de redução nas BRs de acidentes com mortos e feridos. Regina disse que ainda há preocupação com motociclistas, as principais vítimas. Segundo o policial, excesso de velocidade, álcool e ultrapassagens irregulares, especialmente em trechos sem faixa adicional, são as principais causas de acidentes.

Trabalho em parceria – O diretor presidente do Detran, Rudel Trindade Júnior, apontou a necessidade de um trabalho de parceria no trânsito entre o órgão estadual, os municipais e autoridades policiais.
Na análise de Trindade Júnior, reduzir a violência nas vias é uma luta eterna. “Cada vez que você consegue ter um avanço, aparece um novo fato e você tem um retrocesso. O que nos preocupa hoje são os acidentes com moto.”
Ele disse não ver com preocupação a decisão do Governo Federal de retirar a obrigação de frequentar centro de formação para condutores obterem a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), uma vez que haveria cerca de 2 milhões de pessoas circulando sem o documento.
“Isso é ruim. Quando a pessoa está mais habilitada, dirige com mais responsabilidade.”

