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Cidades

Sindjor condena censura imposta ao Campo Grande News por juiz

Entidade dos jornalistas de MS diz que a decisão judicial impõe a "lei da mordaça"

Marta Ferreira | 03/12/2019 18:56
Conteúdo não está mais disponível no jornal on-line. (Foto: Liniker Ribeiro)
Conteúdo não está mais disponível no jornal on-line. (Foto: Liniker Ribeiro)

O Sindjor-MS (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul) divulgou nesta terça-feira nota em que denuncia “a prática de censura contra o Campo Grande News por meio da decisão judicial que determinou a exclusão de reportagem”: 'Sinpol acumula patrimônio que inclui hotéis de trânsito e pesqueiros'.

A decisão é de 4 de julho, mas a notificação só chegou agora e foi cumprida imediatamente pelo jornal, que sequer teve oportunidade de apresentar seus argumentos. A notícia, como afirma a direção da empresa, foi baseada em fatos e de interesse público.

A tutela antecipada, decisão dada antes mesmo de as partes serem ouvidas, acata a alegação do Sinpol (Sindicato dos Políciais Civis de Mato Grosso do Sul - Sinpol) de que o material publicado “parece” ser “ofensivo à entidade".

Em sua manifestação, o sindicato que representa os jornalistas considera que a decisão “afronta a Constituição de 1988, que garante o livre exercício de informar e o direito da população de ser informada sobre assuntos de interesse público”. Para a entidade, o gesto tem nome: “censura.”

“O Sindjor-MS repudia essa verdadeira “lei da mordaça” e se solidariza com o Campo Grande News e seus jornalistas. É mais uma tentativa de desqualificar a missão do jornalismo. Mas vamos resistir, sempre!”, encerra o texto.

A matéria, divulgada pelo Campo Grande News e retirada do ar por ordem do juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 2ª Vara Cível, retrata o patrimônio milionário do sindicato dos policiais de Mato Grosso do Sul, citando hotéis, pesqueiros, frota de veículos, área de 6 hectares na Capital, onde fica a sede em luxuosos acomodações. 

Os diretores do sindicato recebem salários milionários, pagos pelo poder público. O custo anual dos funcionários públicos cedidos ao Sinpol supera 700 mil reais. O dinheiro é pago pelo contribuinte. Essas informações, pelo que deixou demonstrar a entidade dos policiais, foram consideradas "ofensivas". Baseado nesses argumentos, o juiz mandou o jornal retirar a reportagem do ar.

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