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Surto de sarampo na Bolívia mantém Corumbá em alerta epidemiológico

Cidade fronteiriça vem mantendo ações de vacinação e orientação para evitar o surgimento de casos em MS

Por Judson Marinho | 16/08/2025 08:10
Surto de sarampo na Bolívia mantém Corumbá em alerta epidemiológico
Dia D de vacinação contra sarampo que aconteceu em Corumbá no mês passado (Foto: Divulgação / Prefeitura de Corumbá)

Desde os primeiros casos de sarampo confirmados na Bolívia e no Paraguai neste ano, o risco de reintrodução do vírus é real em Mato Grosso do Sul. O Governo do Estado, por intermédio da SES (Secretaria de Estado de Saúde), intensificou as ações epidemiológicas para bloquear o surgimento de casos da doença, com foco nas regiões de Corumbá e Ladário.

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O surto de sarampo na Bolívia, com 243 casos confirmados em oito departamentos, coloca Corumbá (MS) em alerta epidemiológico. Santa Cruz de La Sierra, epicentro da doença e localizada a 656 km da fronteira brasileira, registra o maior número de ocorrências, com 204 casos. A Prefeitura de Corumbá intensificou as ações de vigilância e vacinação desde julho, priorizando escolas com grande número de alunos bolivianos. Em parceria com o Ministério da Saúde, o município realiza campanhas preventivas, incluindo a aplicação da "dose zero" em bebês a partir de seis meses, como medida adicional de proteção.

De acordo com informações do Ministério de Saúde e Esportes da Bolívia, até ontem (14), foram notificados 243 casos no país em oito departamentos: Santa Cruz (204); La Paz (13); Cochabamba (7); Potosí (6); Chuquisaca (4); Oruro (4); Beni (4); e Pando (1).

Santa Cruz de La Sierra, epicentro do sarampo, está a 656 km de Corumbá, sendo a cidade mais próxima da fronteira que possui caso confirmado da doença.

Em alerta diante dos casos confirmados no país vizinho, a Prefeitura de Corumbá informou que mantém as ações de vigilância desde o início de julho.

"Estamos dando seguimento às ações de vigilância, desde o surgimento do rumor dos casos de sarampo na Bolívia, e mantemos a programação de vigilância, vacinação e orientação que já havia sido iniciada", informou a Prefeitura em nota.

Questionada se algum caso de sarampo foi confirmado ou está sob suspeita, a Prefeitura de Corumbá informou que, até o momento, nenhum caso da doença foi registrado na cidade.

De acordo com a SES, nas cidades de Ladário e Corumbá, estão sendo realizadas campanhas de vacinação, bloqueio vacinal, busca ativa de sintomáticos e ações educativas, em parceria com o Ministério da Saúde e secretarias municipais.

A Prefeitura de Corumbá, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, intensificou as ações de prevenção ao sarampo após a Bolívia emitir alerta sanitário devido ao aumento de casos no país.

Diante do cenário, o município de Corumbá promoveu uma reunião emergencial envolvendo as secretarias de Saúde, Assistência Social e Educação.  Escolas com grande número de alunos residentes na Bolívia, como Eutrópia Gomes Pedroso, CAIC (Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente) e Padre Ernesto Sassida, foram priorizadas para campanhas de vacinação.

Em plena campanha para vacinação, a Secretaria Municipal de Saúde de Corumbá realizou o 'Dia D' de vacinação em seis unidades da ESF (Estratégia de Saúde da Família) distribuídas pela cidade, além de disponibilizar um ponto de drive-thru no ginásio poliesportivo da Rua Porto Carrero.

No mês de julho, a Bolívia declarou emergência sanitária devido ao surto de sarampo que vem enfrentando. Por este motivo, as ações na região da fronteira estão sendo reforçadas, em virtude do alto fluxo populacional entre os países.

No Brasil, 21 casos de sarampo foram contabilizados neste ano, sendo três importados e dois sem histórico de viagem ou contato com viajantes. Desse total, 16 casos ocorreram somente no Estado do Tocantins.

Embora o País tenha recebido, em novembro do ano passado, o certificado de “país livre do sarampo”, a baixa adesão vacinal tem favorecido o retorno da doença.

Dose zero - O calendário vacinal do sarampo prevê a aplicação da tríplice viral aos 12 meses, com reforço aos 15 meses, porém, em caráter excepcional, o Ministério da Saúde recomendou a chamada “dose zero” para bebês a partir de seis meses, devido ao aumento do risco de complicações.

Segundo nota técnica da SES, a dose zero não substitui as vacinas que já estão previstas no calendário de rotina e não é contabilizada para fins de cobertura vacinal, ou seja, funciona como proteção adicional aos bebês e será aplicada em todos os municípios do Estado que estiverem mais vulneráveis para a circulação do vírus.

A nota ainda orienta que a vacinação seja intensificada também entre adolescentes, jovens e adultos, essencialmente os que são de outros países. O documento também recomenda a imunização de pessoas com APLV (alergia à proteína do leite de vaca), que devem receber vacina sem componente alergênico.

Conforme informações do Governo do Estado, Mato Grosso do Sul não registra casos confirmados de sarampo desde 2020, quando houve 10 confirmações em Campo Grande. Em 2019, foram quatro casos: dois em Três Lagoas e dois na Capital.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, que tem como principais sintomas: febre, erupções na pele, tosse e mal-estar intenso.

Complicações podem levar à morte, e o método mais recomendado e eficaz de combate à doença é a vacinação.