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Suspensão de tratamento de eletrochoque no Nosso Lar preocupa pais de pacientes

A renomeada eletroconvulsoterapia é feita apenas em casos graves ou resistentes aos medicamentos e foi suspenso após pandemia

Silvia Frias | 07/10/2020 11:15
Suspensão de tratamento de eletrochoque no Nosso Lar preocupa pais de pacientes
Tratamento no hospital é feito em casos específicos (Foto/Arquivo)

Pelos menos 10 pacientes do Hospital Nosso Lar estariam sem o tratamento de ECT (eletroconvulsoterapia), conhecido como eletrochoque, indicado para casos específicos como depressões graves ou resistência a medicamentos.

Pais e responsáveis por pacientes estão temerosos com a suspensão prolongada do tratamento e temem as consequências sem o tratamento.

Em contato com o Campo Grande News, a mãe de um deles relata que o filho já tentou suicídio várias vezes desde que interrompeu as sessões de ECT. “Eles vão ser responsáveis por isso?”, disse a mulher, que não quis ter seu nome divulgado.

A suspensão começou em março, por conta da pandemia da covid-19, mas ainda se mantém. A informação é que seria entrave na renovação do contrato com anestesistas e, na última semana, problema no equipamento utilizado.

A reportagem apurou que a suspensão prejudica o tratamento de cerca de 10 pacientes com transtorno grave e que precisariam retomar as sessões.

A eletroconvulsoterapia (ECT), também conhecida por eletrochoque, é uso de estímulo elétrico para provocar crise epiléptica generalizada no cérebro. Além de quadros de depressão profunda, também é indicado para casos de transtorno bipolar grave.

O tratamento começou nos anos 1930 e ainda há preconceito relacionado às imagens dos pacientes em convulsão. Hoje, a técnica empregada é completamente diferente, sem inflingir dor ao paciente.

No ECT, o paciente é anestesiado e receberá relaxante muscular, oxigenação e monitores cardíacos, cerebrais e de pressão arterial. Só então é aplicado um estímulo muito breve através de dois eletrodos que são colocados na parte frontal da cabeça, o suficiente para induzir a convulsão que é vista apenas no monitor do eletroencefalograma.

Durante todo o procedimento, que demora em média 30 minutos, o paciente é acompanhado por um médico anestesista e por um psiquiatra. Depois que volta da anestesia, a enfermagem verifica se ele está confuso ou não. Se estiver bem orientado, toma café da manhã e pode voltar para casa.

A reportagem entrou  em contato com Hospital  Nosso Lar e ainda aguarda retorno sobre o motivo da suspensão e se há previsão de retomada.

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