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Economia

Uma em cada dez casas de MS não tem paredes revestidas nem piso de cerâmica

Pesquisa mostra que, apesar dos avanços, muitos domicílios seguem sem acabamento estrutural básico

Por Jhefferson Gamarra | 22/08/2025 13:48
Uma em cada dez casas de MS não tem paredes revestidas nem piso de cerâmica
Moradia feita com madeira e lona em favela da Capital (Foto: Arquivo)

Apesar da melhoria gradual na qualidade das habitações sul-mato-grossenses, ainda há uma parcela expressiva da população vivendo em casas sem o acabamento estrutural considerado básico. É o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo IBGE.

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Em Mato Grosso do Sul, 8,6% dos domicílios não possuem paredes de alvenaria com revestimento, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE. Desse total, 5,3% são de alvenaria sem acabamento, 2,9% de madeira apropriada para construção e 0,4% de outros materiais. A pesquisa também revela que 69,9% das residências têm telhado apenas com telhas, sem laje de concreto, e 8,1% das moradias não possuem piso de cerâmica. Apesar dos avanços nos últimos oito anos, com aumento de casas com paredes revestidas de 86,7% para 91,4%, ainda persiste uma desigualdade habitacional significativa no estado.

Em 2024, 8,6% dos domicílios de Mato Grosso do Sul não tinham paredes de alvenaria com revestimento. Desses, 5,3% eram de alvenaria sem acabamento, 2,9% de madeira apropriada para construção e 0,4% de outros materiais. O índice indica que, embora a grande maioria das casas (91,4%) já tenha alcançado um padrão mais consolidado, milhares de famílias ainda vivem em condições estruturais mais precárias.

A situação se repete no quesito cobertura. O levantamento mostra que a maioria dos domicílios (69,9%) tem telhado feito apenas de telhas sem laje de concreto, um tipo de construção mais simples e menos resistente. Já os lares que contam apenas com laje de concreto, sem telhas, somam 2,1%. O número dos que conseguiram avançar para a combinação de telhas e laje de concreto, solução que oferece maior conforto térmico e segurança, chegou a 26,2%, mas ainda não alcança um terço das residências do estado.

O maior contraste, no entanto, está no revestimento do piso. Embora o índice de domicílios com cerâmica, lajota ou pedra seja majoritário (91,9%), cerca de 8,1% ainda não possuem esse acabamento. A segunda opção mais comum é o piso de concreto, presente em 7,8% das moradias, enquanto 0,3% utilizam madeira. A ausência de revestimento cerâmico costuma estar associada a construções mais vulneráveis, que oferecem menor durabilidade, dificultam a limpeza e aumentam riscos à saúde.

A série histórica iniciada em 2016 mostra avanços significativos, mas também evidencia uma desigualdade persistente: enquanto a proporção de casas com paredes de alvenaria revestida subiu de 86,7% para 91,4% em oito anos, a parcela que permanece sem o acabamento essencial pouco se alterou, revelando uma parte da população que não acompanha a tendência de melhoria habitacional.

Os dados reforçam que, embora Mato Grosso do Sul apresente números acima da média nacional em alguns indicadores, ainda há um contingente considerável de moradores em residências que não oferecem conforto, proteção ou durabilidade adequados, principalmente em relação a revestimento e cobertura.