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Cidades

“Colocaram a faca no nosso pescoço para vender fazendas”, diz produtora rural

Zana Zaidan | 30/09/2013 20:04

A solução proposta pelo governo federal para pôr fim ao conflito agrário em Mato Grosso do Sul não agradou os produtores rurais do Estado. A União optou pela compra de 15 mil hectares da Reserva Indígena Buriti, localizada entre os municípios de Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia, e indenização aos produtores rurais que tiveram as fazendas reivindicadas como áreas indígenas pelos índios Terena.

“Pelo visto não tem outro jeito, vamos ser obrigados a vender. Puseram uma faca no nosso pescoço e, pronto, vamos entregar um trabalho de gerações sem poder fazer nada”, disse a proprietária rural Mônica Correia da Silva, durante reunião realizada na tarde de hoje (30) na sede da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), para discutir a invasão de terras por indígenas.

A fazenda de Mônica, a Esperança, em Aquidauana, foi invadida no dia 31 de maio por índios Terena e, segundo a proprietária, o TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) já ordenou a reintegração de posse, mas os indígenas continuam na propriedade. “Minha família tem o título de posse desde 1873. É um trabalho de gerações e, desde que os índios chegaram, está sendo destruído. Não podemos mais trabalhar e tivemos que demitir os funcionários, está tudo parado”, lamenta a produtora.

Demora - O produtor rural Ricardo Bacha, dono da fazenda Buriti, que foi palco do conflito depois que um indígena morreu e outro foi baleado durante a reintegração de posse da terra, obteve prioridade na lista de indenizações da União, mas até agora não recebeu nada e também aponta deficiências no trabalho do governo federal. “Essa pressão para o produtor vender foi precipatada. O grupo que foi designado para fazer o levantamento na Reserva é lento e não vai dar conta de realizar o trabalho. Se a solução apontada foi indenizar, que o governo faça bem feito”, disse o produtor.

Indenizações – 31 produtores rurais com terras na Reserva Buriti serão comprados pela União por um valor estimado em R$ 150 milhões. O preço do hectare bruto será negociado por R$ 6,6 mil e, com a soma das benfeitorias, deve chegar a R$ 10 mil por hectare.

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