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Cidades

Advogada de agentes diz que não há provas concretas

Redação | 19/05/2008 15:01

A advogada Kátia Cardoso, que representa os cinco agentes penitenciários acusados de envolvimento em um esquema de corrupção na Colônia Penal Agrícola de Campo Grande, afirmou nesta tarde que não há provas concretas contra os cinco.

Disse ainda que se agenda encontrada com um preso, considerada um livro-caixa do pagamento de propinas aos agentes, é a principal peça da acusação, advogados e juizes também estariam sob suspeita.

Isso porque, de acordo com a advogada, há anotações relativas aos nomes e telefones de profissionais do Direito na agenda encontrada com o preso Mário Pereira. As afirmações foram feitas nesta tarde, quando a Justiça ouve os depoimentos dos 13 réus no processo contra os agentes e presos envolvidos na denúncia.

Kátia Cardoso não comentou a existência de gravações de conversas que incriminariam os presos nem o fato de Mário Pareira ter relatado como funcionava o esquema, em depoimento à Polícia.

O primeiro a depor foi o preso Mário Pereira, o segundo foi Livrado da Silva Braga, que era diretor da Colônia Penal até abril, quando o escândalo estourou.

Na fase de inquérito, Livrado não quis falar à Polícia Civil, se reservando o direito de falar em juízo. Ele foi o primeiro dos agentes a ter a prisão preventiva. Os outros tiveram prisão provisória, de 5 dias, depois transformada em preventiva.

O depoimento dele durou 20 minutos. Ao sair, Livrado conversou com os jornalistas, se disse inocente e que não sabia das autorizações dadas a presos para deixar a Colônia irregularmente. Ele reclamou que, de um dia para outro, deixou de ser diretor da prisão para ser acusado de ser bandido.

A advogada fez a mesma comparação em relação aos outros agentes. Segundo ela, antes eram considerados heróis, pois poucos agentes aceitam trabalhar na Colônia Penal Agrícola, e no dia seguinte passaram a ser acusados de ser bandidos.

Coincidência ou não, hoje também está sendo realizada audiência para ouvir as testemunhas de defesa em outro processo em que Livrado da Silva Braga é acusado de facilitar uma fuga ocorrida há mais de 10 anos, no Estabelecimento Penal de Segurança Máxima, em Campo Grande. Ele também se diz inocente nesse caso. O depoimento da defesa ocorre na 4ª Vara da Justiça Federal.

Acusados - No novo processo, além de Livrado da Silva Braga, são réus, o também ex-diretor Luiz Carlos dos Santos, que antecedeu a Livrado, e os agentes penitenciários Gilmar de Oliveira Figueiredo, Miguel Coelho e Ricardo Baís Moreira. Todos foram presos dia 25 de abril.

A advogada disse que eles falariam a verdade, incluindo o relato sobre as péssimas condições do presídio, onde o espaço oficial é para 80 homens, mas chegaram a cumprir pena mais de 500, antes de o governo decidir transfeir cerca de 300 para um presídio em Dois Irmãos do Buriti.

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