ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 25º

Cidades

Após polêmica, Famasul quer mudar nome do Instituto SOS Pantanal

Fabiano Arruda | 21/07/2011 17:19
Produtores e integrantes da ONG se reuniram ontem no Pantanal. (Foto: Divulgação)
Produtores e integrantes da ONG se reuniram ontem no Pantanal. (Foto: Divulgação)

Sob alegação de que o Pantanal não pede socorro, a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) quer que o Instituto SOS Pantanal mude seu nome. Além disso, a entidade cobra que o conselho da organização não-governamental inclua representantes de entidades e produtores pantaneiros em seu conselho.

As reivindicações foram feitas em reunião realizada ontem na sede da fazenda e pousada Baia das Pedras, região pantaneira da Nhecolândia, entre representantes da Famasul, o presidente da organização, empresário Roberto Klabin, equipe da Expedição Pantanal e produtores da região.

A reunião foi liderada pelo presidente da Comissão da Pecuária de Corte da entidade, José Lemos Monteiro, o Zeito, que é candidato à presidência da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul).

Segundo informações da Famasul, o encontro foi motivado pelo descontentamento dos proprietários da região com o desenrolar e a repercussão da expedição, já que, no início da semana, a Folha de São Paulo publicou matéria de jornalista que acompanhou a abertura dos trabalhos da expedição, publicação que enfatizava que o Pantanal tem 17% de sua área desmatada e que “sofre com as ameaças de fora”.

“O pantanal tem 87% de sua cobertura original, ou seja, é o bioma mais preservado do País, e isso graças à presença do homem pantaneiro”, critica Zeito.

“Movimentos que trazem benefícios são bem-vindos, mas uma Ong com esse nome já nos deixa com o pé atrás, como se o Pantanal estivesse em risco”, dispara o presidente da União dos Pantaneiros da Nhecolândia (Unipan), André Coelho Lima Hofke.

Ainda conforme a Famasul, o presidente da organização se mostrou aberto às sugestões. “Queremos conhecer mais a fundo as peculiaridades do Pantanal para melhor representar este ambiente”, assinalou o empresário, dono da Pousada Caiman, propriedade que abriga o projeto Arara Azul, voltado para a preservação da espécie.

Sobre a acusação de que o instituto queria propaganda com a expedição para angariar investimentos, Klabin afirma financeiramente o projeto, junto com outros patrocinadores da iniciativa privada. “Não tem dinheiro internacional aqui. E queremos que ela (a expedição) seja uma conjunção de interesses para capitalizar o que temos de mais precioso”, sustentou.

Entrevero - A polêmica entre ruralistas e a Ong começou nesta semana depois do presidente licenciado da Acrissul, Francisco Maia, iniciar as reclamações sobre os procedimentos da expedição.

Para ele, a iniciativa tinha caráter midiático e que ONGs costumam atuar desta forma interessados em receber recursos internacionais. Também sinalizou que a expedição divulgaria somente aspectos negativos da presença humana no Pantanal.

Em resposta, por meio de nota, o instituto rebateu as críticas afirmou que o Projeto Expedição Pantanal, lançado no dia 10 deste mês, não busca propaganda do instituto nem uma agenda negativa do Pantanal.

Segundo o órgão, o projeto é “sério”, começou a ser elaborado em 2009, e irá mapear, por meio de nove rotas desenhadas, iniciativas voltadas à sustentabilidade na região da Bacia do Alto Paraguai para conhecer práticas ambientais, sociais e econômicas.

“O projeto não visa realizar uma avaliação ou auditoria socioambiental das atividades do Pantanal e sim uma identificação de processos sustentáveis que vêm contribuindo para a qualificação do desenvolvimento do Pantanal ao longo de sua história”, diz um trecho da nota.

Nos siga no Google Notícias