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Cidades

Bancários da Capital e região se movimentam para eleger direção de sindicato

MPT investiga uso de verbas da instituição em eleição anterior e oposição vê “antecipação” da disputa; atual direção nega irregularidades e reforça seguir estatuto

Humberto Marques | 08/01/2019 18:50
Edvaldo e Neide negam acusações levadas ao MPT e denúncia da oposição sobre antecipação das eleições. (Foto: Guilherme Rosa)
Edvaldo e Neide negam acusações levadas ao MPT e denúncia da oposição sobre antecipação das eleições. (Foto: Guilherme Rosa)

O Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região abriu na segunda-feira (7) o prazo para inscrição de chapas que pretendem disputar o comando da entidade, que representa cerca de 2,7 mil bancários de 27 municípios de Mato Grosso do Sul. Interessados em construírem grupos a fim de disputar o comando da entidade têm até 21 de janeiro para providenciar o registro. Já a votação ocorre nos dias 12 e 13 de fevereiro.

Embora até esta terça-feira (8) a direção da entidade não tenha confirmado o registro de chapas, espera-se uma disputa entre grupos alinhados à atual diretoria e à oposição, já desenhada em meio a denúncias sobre possíveis irregularidades na eleição anterior –denunciada ao MPT (Ministério Público do Trabalho) por suspeita de uso de recursos da entidade para financiar a campanha da chapa vencedora. O procurador regional do Trabalho, Celso Fortes, abriu ainda em novembro procedimentos visando a elaboração de minuta de ação civil pública sobre o caso.

Atual presidente do sindicato, Edvaldo Barros nega as acusações e as vê como um fato político. “Vamos aguardar, acreditamos na decisão da Justiça e provaremos inocência por meio de provas. As denúncias tem fundamentação político-eleitoreira. Sempre nesse período de campanha as pessoas buscam esses tipos de ações para explorar politicamente”, afirmou.

Marcelo Francisco Assis, conselheiro fiscal da entidade e integrante da oposição à atual direção, afirma que, em virtude da denúncia ao MPT e da instrução da ação, a atual direção do sindicato decidiu antecipar o processo eleitoral.

“O procurador disse que elabora a ação em desfavor do presidente e da diretoria. A antecipação é uma atitude antidemocrática, pois precisamos ter um espaço razoável para o debate. Deixaram 15 dias para inscrição das chapas e a campanha ocorre depois do prazo. Poderia ter mais uma duas semanas”, sustentou Assis, segundo quem o período eleitoral é o mesmo no qual os bancos estão mais cheios. “Você não consegue fazer um debate de qualidade com os bancários”.

Dos 2,7 mil filiados ao sindicato, cerca de 1,8 mil estão aptos a votar. (Foto: Divulgação)
Dos 2,7 mil filiados ao sindicato, cerca de 1,8 mil estão aptos a votar. (Foto: Divulgação)

O conselheiro afirma, ainda, que as eleições sempre ocorreram em março. O fato é contestado pela atual diretoria do sindicato. “O artigo 76 do nosso estatuto prevê que o processo eleitoral seja instaurado na primeira quinzena de janeiro. As últimas eleições, inclusive, foram realizadas no mesmo período, nos dias 11 e 12 de fevereiro de 2015. Ele, como conselheiro fiscal, foi eleito conosco”, protestou Edvaldo, negando a antecipação e descartando disputar a reeleição –reiterando que, nos últimos três anos, obteve boas negociações para a categoria sem a necessidade de greves “e conquistando ganhos reais nos reajustes salariais, em um momento difícil, com a implantação da reforma trabalhista e a flexibilização das terceirizações”.

Atual tesoureira do sindicato, Neide Rodrigues também rechaça irregularidades. “Todas as contas do sindicato foram aprovadas, inclusive pelo conselho fiscal”, afirmou. Ela ainda reitera que o estatuto do sindicato prevê a data para abertura das eleições. “Induz-se a pensar que pode-se realizar a eleição até o meio do ano, mas em 1º de julho a nova diretoria tomará posse”, pontuou.

Quanto ao prazo de campanha, a tesoureira afirma que, imediatamente após o registro das chapas, está autorizado o início da busca por votos dos filiados. Dos 2,7 mil bancários que integram a base, cerca de 1,8 mil estão em condições de participar da eleição.

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