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Capital

"Ela gostava dele e não tinha medo", diz parente de mãe e filha mortas

Luana Rodrigues e Julia Kaifanny | 17/10/2016 11:09
Casa em que família morava, no bairro Moreninhas II. (Foto: Marcos Ermínio)
Casa em que família morava, no bairro Moreninhas II. (Foto: Marcos Ermínio)
Agenor Magalhães de Oliveira, 53 anos, já havia sido preso por agressão a esposa. (Foto: Direto das Ruas)
Agenor Magalhães de Oliveira, 53 anos, já havia sido preso por agressão a esposa. (Foto: Direto das Ruas)

Trinta anos de um casamento turbulento e de muitas brigas. É assim que a família de Maria das Dores, 50 anos, classifica a relação dela com o marido, Agenor Magalhães de Oliveira, 53 anos. Ela e a filha, Dayane July da Silva, de 29 anos, foram mortas a facadas na noite de sábado (15), na casa em que moravam, bairro Moreninhas II. O principal suspeito de ter cometido o crime é Agenor, que se suicidou na manhã de ontem (16).

No velório de mãe e filha, uma sobrinha de Maria, Cynthia da Silva Costa, 36 anos, conta que o casal mantinha um casamento complicado e até violento. “Há dois anos eles brigaram e o Agenor deu uma facada no pescoço da Maria, ela ficou internada por quatro dias na Santa Casa e precisou levar pontos, ele foi preso, mas ela retirou a queixa. Com ele solto, eles acabaram reatando o casamento”, conta a sobrinha.

A família sabia da relação de brigas do casal, mas “ninguém queria se meter”, diz a Cynthia. Até porque, segundo a sobrinha, Maria não acreditava que Agenor pudesse matá-la. “Ela gostava muito dele e apesar das discussões, não tinha medo”, disse.

No dia do crime, as duas filhas de Dayane, uma de cinco e outra de apenas 1 ano e 6 meses de idade, estavam no local. A mais velha acabou presenciando o crime. “Ela não entende ainda, não sabe direito o que viu, mas diz que a mãe a avó estão no céu e que agora vão parar de sofrer”, acrescenta Cynthia.

A família acredita que Dayane tenha tentado defender a mãe ou pedir ajuda, já que eram muito unidas, e ainda não se sabe o que será das crianças.

No velório, outra filha do casal estava bastante abalada. A moça não quis falar com a imprensa, mas familiares contaram que ela mora em São Paulo, e mantinha contato frequente com os pais. "Ela perdeu tudo, mãe, pai, irmã, está muito chocada", diz a prima.

O crime – Agenor esfaqueou a esposa e a enteada, por volta das 19h50 de ontem,depois de uma discussão entre os três. O crime aconteceu na rua Palami, no bairro Moreninha II. Ele fugiu depois do ocorrido.

O Corpo de Bombeiros foi acionado para atender as duas vítimas esfaqueadas. Ao chegar no local, pelo menos uma delas ainda estava com vida, apresentando perfurações no tórax que atingiram o pulmão. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) então teve de ser acionado, mas a mulher morreu em seguida.

O homem havia saído recentemente da cadeia e trabalhava como mecânico. Diversas buscas foram realizadas pela PM (Polícia Militar), inclusive na oficina onde trabalhava o autor do duplo homicídio, mas ele não havia sido encontrado.

Na tarde deste domingo (16), o corpo dele foi encontrado na oficina mecânica, localizada na rua Ipamerim com a rua Palmacia, onde Agenor trabalhava há cerca de 13 anos.

De acordo com o proprietário da oficina, José Vardo Brandão, 62 anos, Agenor era um bom funcionário e tratava bem os clientes, mas tinha problemas com a esposa. “Essa semana mesmo eu aconselhei ele a largar da mulher mas ele não me ouvia”, disse.

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