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Capital

Brigas eram comuns na casa de mãe e filha mortas a facadas, dizem vizinhos

Adriano Fernandes | 16/10/2016 15:01
Residência onde o mecânico matou a mulher e a enteada. (Foto: Marcos Ermínio)
Residência onde o mecânico matou a mulher e a enteada. (Foto: Marcos Ermínio)

Pela redondeza da rua Palami, no bairro Moreninha II, o clima é de susto e apreensão entre os vizinhos da residência onde o mecânico Agenor Magalhães de Oliveira, de 53 anos, matou a esposa Maria das Dores, 50, e sua enteada Dayane July da Silva, de 29 anos, a facadas.

Os corpos das vítimas ainda estão no IML (Instituto Médico Legal), sem local definido para o sepultamento ou velório, já que os familiares não tem dinheiro para bancar os custos do enterro. 

“Foi um baque. Um choque muito grande para todo mundo”, resumiu uma moradora que preferiu não se identificar. Mas os detalhes do crime brutal ainda estão na memória de todos os vizinhos, que acompanharam o pedido de socorro desesperado da jovem de 29 anos.

“Ela saiu de dentro de casa correndo e pedindo socorro, mas mal conseguiu falar e caiu, ali, no meio da rua”, apontou a moradora. Segundo ela, a chegada das unidades do Corpo de Bombeiros e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi rápido, mas não o suficiente para salvar as vítimas que estavam gravemente feridas.

Agenor continua foragido pela polícia. (Foto: Arquivo Pessoal)
Agenor continua foragido pela polícia. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Eles fizeram massagem cardíaca na Dayane, tentaram salvá-las da forma que podiam, mas não adiantou”, se queixou. Outro vizinho, que também quis ter a identidade preservada também, lamenta pela perda.

“Conhecia a Dayane desde quando éramos crianças. Eles moram aqui há pelo menos 30 anos, eram bastante humildes. O que aconteceu e da forma como foi o crime pegou todos nós de surpresa.”, conta. Uma familiar das vítimas relembra o histórico violento de Agenor.

Em julho, o homem foi preso depois de ter esfaqueado a mulher e até uma medida protetiva foi expedida a Maria das Dores. No entanto, mesmo diante das constantes violências domésticas a mulher retirou a queixa e os dois voltaram a morar juntos. “Sempre viveram brigando, mas não se separavam”, conta.

Familiares – De acordo com os moradores, na casa onde as duas mulheres foram mortas, viviam alem de Agenor, o marido de Dayane - que não estava em casa na hora do crime - e os dois filhos do casal de 5 e um ano de idade. As crianças inclusive presenciaram todo o crime.

Segundo vizinhos da residência, além das duas crianças viviam mais 4 adultos na casa. (Foto: Marcos Ermínio)
Segundo vizinhos da residência, além das duas crianças viviam mais 4 adultos na casa. (Foto: Marcos Ermínio)

Outros familiares vivem em fazendas e o contato com a família não é frequente. Os corpos de Maria das Dores e DayaneJuly da Silva, continuam no IML (Instituo Médico Legal) de Campo Grande, sendo que os familiares não tem dinheiro para ganhar os custos do enterro.

Investigações - O feminicidio esta sendo investigado pela DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento). Segundo informações da própria delegacia, nesta segunda-feira (17) haverá coletiva de imprensa, ainda sem horário definido, para serem divulgados mais detalhes sobre o caso.

O crime – Agenor esfaqueou a esposa e a enteada, por volta das 19h50, de ontem (15), depois de uma discussão entre os três. Ele fugiu depois do ocorrido e ainda está foragido. O Campo Grande News teve informações, ainda sem confirmação oficial de que o homem cometeu suicídio.

Logo após o ocorrido, o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender as duas vítimas esfaqueadas. Ao chegar ao local, pelo menos uma delas ainda estava com vida, apresentando perfurações no tórax que atingiram o pulmão. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) então teve de ser acionado.

Agentes da PM (Polícia Militar) realizaram buscas pelo bairro, inclusive na oficina onde trabalha o autor do duplo homicídio, mas ele não foi encontrado.

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