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Capital

“Está provado que houve racha”, diz promotor sobre morte na Duque Caxias

Bruno Chaves e Viviane Oliveira | 10/03/2014 13:12
Júri popular deve seguir até final da tarde de hoje (Foto: Viviane Oliveira)
Júri popular deve seguir até final da tarde de hoje (Foto: Viviane Oliveira)

“Para mim está provado que houve racha; foi confirmado por 15 testemunhas”, disse o promotor Celso Antônio Botelho de Carvalho, nesta segunda-feira (10), durante o júri popular que decidirá o futuro de Ryan Douglas Wehner Vieira, de 21 anos. O jovem é acusado de dirigir alcoolizado, com excesso de velocidade e disputa no trânsito que resultou na morte de Marcos Vinicius Henrique de Abreu no dia 31 de março do ano passado.

O júri popular deve ser encerrado no final da tarde de hoje. Nos questionamentos da manhã, Ryan afirmou na frente do juiz Aluízio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Tribunal de Júri de Campo Grande, que não estava disputando racha. Ele apenas confessou que dirigia em uma velocidade superior a permitida na via.

O réu ainda garantiu que não estava alcoolizado no dia do acidente e contestou o resultado do bafômetro, que apontou embriaguez. Ryan contou que enquanto estava na delegacia, após ser detido, os policiais o obrigavam a assumir a disputa por velocidade no trânsito. “Você prefere falar que estava no racha ou apanhar”, disse Ryan relembrando o discurso dos policiais.

No entanto, o promotor de acusação rebateu a afirmação do réu e disse que ele confessou, até mesmo diante do advogado de defesa, dentro da delegacia, que fez racha com dois carros antes do acidente.

Racha seguido de morte – Conforme versão apurada pela promotoria, Ryan começou a disputar rachas no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua Bahia, em frente a uma rede de lanchonetes. O réu, que dirigia um Citroen C3, começou o racha com um Chevrolet Celta vermelho, que era ocupado por dois militares da Base Aérea de Campo Grande.

“Eles paravam em todos os sinais vermelhos. Mas quando estavam dirigindo, um ultrapassava o outro”. Na Avenida Duque de Caxias, o Celta deixou a disputa, que foi reiniciada com o VW Pólo que era conduzido pela vítima Marcos Vinicius Henrique de Abreu e tinha como ocupante a Letícia Souza Santos, então namorada de Marcos.

Por causa da ação, Ryan foi denunciado à Justiça pela prática de disputa automobilística, homicídio de Marcos e tentativa de homicídio de Letícia. Já o militar que conduzia o Celta vermelho responde por lesão corporal, já que deu um soco em Ryan depois do acidente, e por disputa automobilística. Não foi comprovada a participação dele no acidente.

Segundo o promotor Celso, quatro veículos participaram da dinâmica da colisão: uma caminhonete preta, conduzida por um funcionário do Banco do Brasil; o Pólo prata da vítima; o C3 chumbo de Ryan; e um Fiat Uno, que não teve a identidade do motorista divulgada.

A investigação do acidente apontou que o C3 bateu na traseira do Pólo. Com a colisão, Marcos perdeu o controle da direção, bateu na caminhonete preta e atingiu um poste. No meio da confusão, o Fiat Uno teve o retrovisor arrancado por um dos três veículos.

“Ryan sabia o que ia acontecer, mas não se importou com o resultado. Isso é caracterizado como dolo eventual, quando você assume um risco”, disse o promotor durante seu discurso.

Para o promotor, Ryan assumiu um risco. “Você prevê o resultado, mas não se importa e continua fazendo”, explicou. “Também colocou em perigo outras pessoas. Se a vítima não tivesse morrido, os dois iriam responder pela lesão”, emendou.

Depoimentos do réu, testemunhas e promotoria – O júri popular começou com as versões de duas testemunhas de defesa. O réu falou logo em seguida e o promotor foi o último a dar sua versão e fazer os questionamentos.

Foi divulgado que Ryan dirigia de 90 a 120 km/h, conforme apurou a perícia. A segunda testemunha do júri, o comerciante Roberto Sales, afirmou que dirigia pela Avenida Duque de Caxias e que também trafegava acima da velocidade permitida.

A testemunha ainda contou que o acidente foi provocado por uma caminhonete branca que estava estacionada na faixa exclusiva de ônibus, local proibido. No entanto, a informação foi contestada pelo promotor. “Você tem uma responsabilidade nas mãos e você está mentindo”, disse Celso sobre a versão da testemunha.

Roberto foi arrolado como testemunha de defesa pela mãe do réu, já que ele presenciou o acidente e parou para ajudar.

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