"Nunca passei por isso", diz grávida que teve assento negado em ônibus

"Nunca passei por isso na minha vida, essa situação constrangedora". A frase é da grávida que teve, ontem (6) à noite, o assento preferencial no ônibus negado por outra mulher e, logo depois, precisou de atendimento médico por passar mal. O líquido amniótico também começou a vazar, fazendo ela acreditar que estava em trabalho de parto.
Com 37 semanas de gestação, a jovem, que não quer se identificar, tem 26 anos e diz que não se lembra do rosto da pessoa que negou o assento a ela. "O ônibus estava lotado, vinha do Centro para o terminal Morenão. Era 20h mais ou menos. Isso tudo aconteceu em parte do percurso. Fiquei tão transtornada que não consigo me lembrar de muita coisa".
- Leia Também
- Grávida que teve assento negado em ônibus não deu à luz e já foi liberada
- Mulher entra em trabalho de parto ao ter assento negado em ônibus
Ela comenta que sempre foi gentil com as outras pessoas, o que fez com que a situação a abalasse ainda mais. "Quando minha barriga estava menor e aparecia no ônibus uma gestante de mais semanas, eu cedia meu lugar à ela. Idosos, pessoas com crianças, sempre ofereci o lugar", revela, já em casa, onde mora com a mãe.
Ontem, em parte do trajeto no ônibus, a grávida pediu a vaga em assento preferencial a outra mulher. "Ela disse: 'é muito engraçado, né. Você grávida perambulando pela cidade e nós trabalhadores temos que dar o lugar'. Eu não discuti, mas fiquei muito nervosa e comecei a tremer", conta a jovem, que estava com a filha de sete anos e o sobrinho de cinco.
"Depois vi que o vestido estava todo molhado, achei que a bolsa tinha rompido. Todo mundo no ônibus começou a ficar desesperado. Um senhor se levantou e me deu o lugar. Aí, comecei a chorar de tanto nervoso que passei", completa.
Ao chegar no terminal Morenão, uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado para realizar o atendimento da mulher. Ela inicialmente negou atendimento e saiu a pé do local, mas logo foi convencida com apoio da Guarda Municipal de ir para a maternidade Cândido Mariano.
"Cheguei lá, fiquei quase uma hora e já me liberaram", conta a grávida, sobre o alarme falso. A previsão é que o bebê, uma menina, nasça de parto normal até o dia 25 de dezembro. "Vamos todos viajar para Porto Murtinho neste fim de ano. Acredito que ela vai nascer lá", comenta a gestante.