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Capital

À espera de dados de celular, ação contra guarda preso com arsenal trava

Sigilo foi quebrado e a defesa do guarda municipal pede acesso aos dados. A solicitação foi renovada ontem

Aline dos Santos | 16/08/2019 14:26
Guardas municipais em 28 de maio, quando chegaram ao Centro de Triagem. (Foto: Kisie Ainoã/Arquivo)
Guardas municipais em 28 de maio, quando chegaram ao Centro de Triagem. (Foto: Kisie Ainoã/Arquivo)

O processo sobre o arsenal apreendido com o guarda municipal Marcelo Rios, com arma de guerra similar a usada em execuções, entrou num “abre e fecha” na Justiça enquanto aguarda dados sensíveis: o resultado da quebra do sigilo do celular apreendido com o guarda.

O pedido de quebra do sigilo foi feito pelo Garras (Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), que lidera força-tarefa da Polícia Civil sobre execuções em Campo Grande, no mês de maio.

“O acesso aos dados do aparelho celular do autor Marcelo é cabal para importância para a identificação de demais coautores e participes da ação delituosa, e quiçá, para elucidação de fuzilamentos ocorridos neste estado”.

O sigilo foi quebrado e a defesa do guarda municipal pede acesso aos dados. A solicitação foi renovada ontem (dia 15) à Justiça. A medida cautelar está em sigilo, inclusive, para os advogados.

Nesta semana, quando o processo pela posse do arsenal entrou em sigilo de Justiça, a expectativa era de que o documento fosse anexado. Conforme o advogado Alexandre Franzolozo, os dados de quebra de sigilo telefônico são sensíveis pela quantidade de informações, muitas sem ligação com o processo, o que exige segredo de Justiça.

Segundo ele, apesar de a denúncia citar as execuções, o processo é por porte de arma de fogo. Rios está preso na penitenciária federal de Campo Grande, mas deve ser transferido para Mossoró (Rio Grande do Norte).

Advogado de Marcelo Rios chega ao Centro de Triagem (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Advogado de Marcelo Rios chega ao Centro de Triagem (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

O caso – Marcelo Rios foi preso no dia 19 de maio com o arsenal utilizado em crimes de homicídio, segundo a denúncia do Gaeco. Robert Vitor Kopetski, Rafael Antunes Vieira e Flávio Narciso Morais da Silva foram denunciados por ameaçar e coagir a esposa de Marcelo.

No dia da prisão, conforme a denúncia, a mulher prestou informações sobre a atuação de membros do grupo criminoso. Ela disse que o marido atuava como segurança de empresário, provocando ameaças pelos três.

Segundo o Gaeco, no dia seguinte, Rafael foi até a casa da testemunha e entregou R$ 1,2 mil para ajudar no pagamento de despesas. À noite, recebeu recado de Flávio de que deveria tomar cuidado com a polícia. A testemunha foi alertada pela mãe, por telefone, de que alguém estava a sua procura, quando percebeu que estava sendo monitorada pela organização criminosa.

Ela recebeu mais R$ 500 e foi orientada a mudar de casa e telefone. Conforme a denúncia, os policiais foram atrás da testemunha e a encontraram com Flávio, que se identificou como amigo da família. A mulher foi levada ao Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestro) e ao chegar em casa foi alertada e sofreu ameaça de morte. Este terceiro homem que a esperava em frente ao portão foi identificado como Robert.

Em carta datada de 11 de junho, a mulher afirmou que não sente “a vida e nem a integridade física ameaçada”.

O arsenal encontrado tinha o mesmo modelo de fuzil usado em três execuções. As vítimas foram Martins de Figueiredo (PM reformado e então chefe da segurança da Assembleia Legislativa), Orlando da Silva Fernandes (ex-segurança do narcotraficante Jorge Rafaat) e o universitário Matheus Coutinho Xavier.

A denúncia lembra que além do armamento pesado, os veículos dos autores foram encontrados em chamas. Conforme a investigação, a apreensão do arsenal ajudou no avanço da identificação de integrantes da organização criminosa. Os guardas e o auxiliar de segurança passaram a praticar atos para dificultar o andamento da investigação.

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