“A paz acabou”, diz moradora sobre roubos e furtos após chegada de andarilhos
Quem mora na região também afirma que assaltos aumentaram desde o fim do ano passado

Moradores dos bairros Universitário e Jardim Monumento, em Campo Grande, denunciam o aumento de roubos e furtos, na região, nos últimos quatro meses. Segundo eles, desde dezembro, quando andarilhos “se mudaram” para terreno baldio lotado de sucatas, na Rua Francisco Amaral Militão, o medo e a insegurança passou a ser rotina.
“Os assaltos aumentaram, em todos os horários, e muitas casas são furtadas”, conta a esteticista Graziela Castelheira, de 45 anos.
Segundo ela, as carcaças abandonadas no terreno se tornaram abrigo para grupo de pessoas. Além de moradia, o local também se tornou ponto para uso de drogas, conta Grazi. “Estão tomando conta do bairro, é o dia inteiro eles [moradores de rua] andando por aqui. Já me interfonaram às 2 horas da manhã, com a desculpa de pedir comida, mas acho que eles fazem isso, porque se alguém não atender, eles entram na casa”, diz preocupada.
Na tarde desta terça-feira (27), a equipe do Campo Grande News esteve no local. Apesar de não encontrar nenhum morador de rua ou usuário de droga no terreno, roupas, lençóis, travesseiros e latas preparadas para o consumo de drogas foram observados, no espaço.

Este cenário, conforme destaca a moradora Laura Maria Assis de Oliveira, e 26 anos, preocupa. No último sábado, por exemplo, completou um mês que ela está morando na região e, dois dias antes, a casa que escolheu viver foi alvo de furto.
“Levaram televisão, videogame, panela elétrica e estragaram a porta. Foi muito rápido, em um intervalo de duas horas. Meu marido saiu para trabalhar às 7h e, logo depois, veio em casa buscar minhas coisas para me buscar no hospital [ela estava internada] e já estava arrombada”, conta a moradora.
Situação que modificou a rotina do casal. “A gente não pode sair na rua que eles chegam na gente pedindo as coisas. Eles batem toda hora no portão, pedindo ou se oferecendo para fazer algum serviço. A gente não pode sentar na frente de casa e nem sair para não ter que deixar a casa sozinha por muito tempo. Somos verdadeiros prisioneiros”, complementa Laura.
A dona de casa Maria de Fátima, de 46 anos, mora há 29 anos no bairro e, segundo ela, é perceptível que a onda de crimes aumentou nos últimos meses. “Meu marido deixa o caminhão que trabalha estacionado em frente de casa e, esses dias, conseguiram romper o cadeado, abrir o veículo e levar materiais, como caixa de chiclete, sabão em pó e amaciantes que estavam para ele fazer entregar. Só não fizeram um limpa, porque meu marido acordou e eles fugiram”, descreve.
Para dona Rosa Maria Silva, que também mora há quase 30 anos, na região, os novos “vizinhos” também já provocaram outro tipo de problema, sujeira. “Sempre abrem meus lixos e deixam as coisas espalhadas”, menciona.
Sem dono - A reportagem, Evandro Farinelli, mecânico que trabalha próximo ao terreno baldio, afirma que as carcaças não pertencem ao estabelecimento, porém, teriam sido abandonadas por clientes do local. "Deixaram aí".
Sobre o espaço, o comerciante afirma já ter solicitado autorização à prefeitura, para cuidar da área, porém, sem resposta.
Susto – No início do mês, moradora da região do Universitário acordou preocupada, de madrugada, após ouvir gritos de homem ensanguentado que fugiu de unidade de saúde, atravessou a rua e invadiu sua casa.
Cômodos da residência ficaram sujos de sangue e, indignada, a moradora desabafou em postagem feita em seu perfil, no Facebook. “Agradeço a Deus por ele não ter agredido eu e meu esposo, só foi danos materias, mais o medo e a insegurança fica” (sic).
Assistência - A reportagem entrou em contato com a prefeitura da Capital para saber se atendimentos são realizados, na região, e o que pode ser feito, a curto prazo, para resolver a situação e aguarda retorno.