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Capital

A um mês da volta às aulas, equipe corre para garantir merenda e kits

É preciso comprar alimentos, uniformes, material didático e, ainda, viabilizar a logística e segurança. Aulas voltam em 6 de fevereiro.

Alberto Dias | 07/01/2017 11:23
Prefeito visita unidades e destaca trabalho de organização. (Foto: Fernando Antunes)
Prefeito visita unidades e destaca trabalho de organização. (Foto: Fernando Antunes)

A "cidade dos buracos", onde faltam remédios nos postos de saúde, tem grandes desafios na área da educação. A 30 dias do reinício das aulas, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) apressa sua equipe. "Até o dia 23 terei todo o planejamento em mãos", disse à reportagem. Isso inclui a realocação dos funcionários terceirizados, compra de materiais escolares e uniformes, de alimentos para merenda, entre vários outros pontos.

Até esta data, Marquinhos promete ajustar e relançar a licitação de kits escolares, suspensa pelo ex-prefeito Alcides Bernal (PP) em 27 de dezembro. Este é também o prazo para reestruturar o estoque de alimentos e iniciar a distribuição até as escolas e creches do município. Para tanto, será preciso reorganizar a logística - e os veículos (a maioria sucateados), já que esta tarefa era costumeiramente feita pelos próprios diretores das escolas, devido à falta de estrutura.

É também no dia 23 de janeiro que Trad diz que deverá receber o planejamento de quantos guardas municipais serão destacados para garantir a segurança das 94 escolas e 99 ceinfs (centros de educação infantil) que compõem a Rede Municipal de Ensino. "O estudo está sendo feito pela Secretaria Municipal de Segurança e Defesa Social", informou. O efetivo é suficiente, segundo a administração, e chega a 1,3 mil pessoas.

O prefeito garante também a segurança no entorno das unidades. "Já pedi reforço e atenção à Agetran", disse, para organizar o trânsito no retorno às aulas, a partir de 6 de fevereiro, uma responsabilidade da Agência Municipal de Transporte e Trânsito. Outra reivindicação e promessa de campanha é a democratização da gestão escolar, com eleição direta para escolha dos diretores, a exemplo do que ocorre na rede estadual. "Faremos isso no segundo semestre", ponderou diante das urgências.

Merendeiras, faxineiras e auxiliares de serviços gerais, terceirizadas da Omep e Seleta, que estavam demitidas por ordem judicial, voltarão ao trabalho na segunda-feira (9) e terão pagos, também na próxima semana, os salários de dezembro e janeiro, além do 13º. "Fui demitida por WhatsApp em 16 de dezembro depois de 18 anos de trabalho. Nunca vi isso!", desabafou a recreadora Lourdes de Oliveira, de 53 anos, em audiência pública na Câmara Municipal, convocada pelo próprio prefeito para resolver a questão.

Administração precisa garantir merenda antes do inicio das aulas. (Foto: Marina Pacheco)
Administração precisa garantir merenda antes do inicio das aulas. (Foto: Marina Pacheco)

Regra é não repetir erros - Marquinhos Trad tem bons exemplos do que não fazer. No ano passado, os uniformes escolares chegaram aos alunos somente em junho e causaram polêmica quando pais questionaram a qualidade das bermudas fabricadas no Paraguai. "Também houve dias de merendas com apenas bolacha e água", denunciam mães de alunos em creches.

Servidores apontam que diretoras das escolas usavam o próprio carro para buscar alimentos na Suali (Superintendência de Abastecimento Alimentar), na Vila Sobrinho, para que não faltasse merenda para as crianças. "Isso é falta de organização e planejamento", disse o prefeito, durante visita no armazém da superintendência para checar 9 mil quilos de arroz estragados deixados pela gestão anterior. "Já resolvemos a substituição do arroz e estamos providenciamento os outros suprimentos", afirmou Trad.

Por fim, Marquinhos tem pela frente a meta de fazer cumprir o piso nacional para os professores e concluir 27 obras de ceinfs, paralisadas desde 2012, para reduzir um déficit de cerca de 10 mil vagas nas creches, além de outras escolas que sequer saíram do papel. Seu plano de governo prevê ainda investir na capacitação de professores para melhorar a nota do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Em bairros periféricos, como Noroeste e Los Angeles, o índice de analfabetismo ainda beira assustadores 10%.

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