Aberta a temporada das chuvas: entenda porque também é a época da buraqueira
Manutenção de pavimento é o segredo para manter as vias com menos buracos, garante especialista
Depois que um trecho do asfalto da rotatória que liga a Rua Joaquim Murtinho e Avenida Eduardo Elias Zahran cedeu, consequência de uma tempestade que caiu em vários bairros de Campo Grande na semana passada, o Campo Grande News conversou com um especialista para entender porque tantos buracos surgem após chuvas.
Maurício Faustino Gonçalves, engenheiro civil e especialista em infraestrutura rodoviária, explica que muitos são os motivos para o surgimento das conhecidas “panelas” em ruas e avenidas após as chuvas, mas que algumas vezes o problema pode ser isolado.
Uma dessas causas destacadas pelo especialista é o grande fluxo de água que passa pelas tubulações embaixo da pavimentação. Se a quantidade for maior do que a suportada pelos tubos, a água pode vazar ou até mesmo estourar, como foi o caso da rotatória.
Às vezes proprietários de imóveis desviam a água da chuva para a rede de esgoto, que não aguenta o fluxo, porque a tubulação é menor, e acaba estourando”, destacou Maurício Gonçalves.
Segundo o secretário da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Rudi Fiorese, o que fez o asfalto da rotatória ceder foi um problema na caixa de drenagem, já resolvido. Em vídeo, ele explica a causa.
Para Maurício, a manutenção é a alma do negócio para manter o pavimento, que engloba a capa asfáltica, base e sub-base, em perfeito estado.
“Há quatro anos, as ruas estavam intransitáveis e agora melhorou muito, com o trabalho de manutenção. Um dos trabalhos mais significativos que ocorreu foi o recapeamento de boa parte da cidade”, afirmou o especialista.
Ainda de acordo com Maurício Gonçalves, a pavimentação tem vida útil, que pode variar numa média de 10 a 20 e por isso, é importante o cuidado. Explica que em temporadas de muita chuva, como nesses meses de verão, a possibilidade de abertura de buracos é maior, mas que a correção do problema deve ser feita de forma rápida para não comprometer a base do pavimento.
Conforme o especialista, Campo Grande passou por um bom projeto de recapeamento, onde toda a camada de estrutura de pavimento foi avaliada, o que é importante. “O que segura mesmo é a base, só que essa base não pode ficar recebendo água. Se a base tá boa, o asfalto dura mais tempo”, destacou.
Cuidados redobrados - Vias próximas a rios e córregos precisam de um cuidado maior, já que o lençol freático pode diminuir a vida útil do pavimento e facilitar a abertura de buracos, por isso que ainda há um reforço no subleito, colocando pedras grandes para manter a base firme, explica Maurício.
O especialista explica ainda que outros pontos de maior atenção são em vias onde há alto fluxo de veículos de grande porte, como ônibus e caminhões, onde a estrutura já é pensada para que a possibilidade de problemas seja menor
Durante o primeiro período de gestão do prefeito Marquinhos Trad (PSD), que começou em 2017 e termina agora em 2020, cerca de 100 km de vias foram recapeadas na Capital, conforme informou a assessoria da Sisep. Em torno de 70 km estão sendo licitados, dentro de projetos para novas vias que serão recapeadas.