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Capital

Acusada atribui morte em motel a desconhecido: "Não sabia que ele ia morrer"

Fernanda Aparecida diz que homem desconhecido a ameaçou e matou Daniel Abuchaim, em briga por cobrança

Silvia Frias e Paula Maciulevius Brasil | 13/11/2020 10:10
Fernanda presta depoimento; atrás, advogados de defesa (Foto: Marcos Maluf)
Fernanda presta depoimento; atrás, advogados de defesa (Foto: Marcos Maluf)

Fernanda Aparecida da Silva Sylverio, 30 anos, voltou a dizer que um homem desconhecido foi responsável pela morte do ex-superintendente de Gestão de Informações do governo estadual, Daniel Nantes Abuchaim, assassinado em motel de Campo Grande, no dia 19 de novembro de 2019. A morte a facadas teria ocorrido durante briga entre os dois, na cobrança de dívida.

Daniel foi morto em motel no Jardim Veraneio. Conforme laudo do Instituto de Criminalística, anexado ao processo, a geometria das manchas (esfregaços e arrasto) indica que a vítima foi morta a facadas dentro do box do chuveiro e arrastada até a garagem. O corpo foi jogado às margens de estrada vicinal.

"Eu não sabia que ele ia morrer”, disse Fernanda, em depoimento prestado durante julgamento, em que é acusada de homicídio duplamente qualificado: dissimulação e uso de recurso que impossibilitou defesa da vítima. O júri está sendo realizado pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, em Campo Grande.

Antes do depoimento da ré, os jurados assistiram o testemunho de Jenifer Guimarães, 28 anos, ex-mulher de Fernanda, residente em Alta Floresta (MT). Fernanda, de cabelos curtos e roupas claras, estava em outra sala e também assistia por videconferência.

Ex-mulher de Fernanda (direita) presta depoimento por videoconferência (Foto: Marcos Maluf)
Ex-mulher de Fernanda (direita) presta depoimento por videoconferência (Foto: Marcos Maluf)

Bastante emocionada, Jenifer disse que conviveu com Fernanda por 4 anos e 6 meses e, durante certo período, também com o filho da acusada, de relacionamento anterior. “É uma pessoa de caráter, do bem, uma mãe maravilhosa, sempre ajudou o próximo”.

Jenifer disse que o relacionamento terminou pois Fernanda sempre reclamou dos ciúmes da ex. “Ela não tem coragem de maltratar um animal e lá não faria mal nem mataria alguém”.

Depoimento – Em seguida, Fernanda entrou na sessão. De relance, olhou para o irmão e o padrasto que acompanham a sessão. Após a explanação inicial do juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, foi questionada por ele sobre o crime.

“Você matou?”, questionou o magistrado. Fernanda disse: “Não, eu não matei”, explicando que confessou o crime no primeiro depoimento por ter sido agredida pelos policiais militares que a prenderam, no dia 21 de novembro.


Fernanda voltou a falar que o crime foi cometido por homem desconhecido, “um cara que me perseguiu depois que eu saí de casa, em um carro estilo C3, preto”. A acusada disse que foi ameaçada e que o homem tinha informações sobre a família dela.

Esta pessoa a seguiu, até que Fernanda fosse encontrar Daniel, quando entrou no veículo de forma abrupta.

“Eu fiquei com muito medo, nunca tinha passado por aquilo”, afirmou. Depois, eles entraram no motel e o homem começou a discutir com Daniel. “Eu não sabia que ele ia morrer, o cara levou o Daniel no banheiro, brigou, fez cobrança”.

Fernanda presta depoimento à promotoria (Foto: Marcos Maluf)
Fernanda presta depoimento à promotoria (Foto: Marcos Maluf)

Fernanda diz que pediu uma toalha para o funcionário do motel e o homem começou a limpar o sangue. Ela nega que esteja acobertando a pessoa. “Não sei quem é”.

A ré também não falou qual seria o motivo da morte. “O Daniel tinha as coisas dele, até por isso eu parei de andar com ele, neste dia ele estava seguro que ia resolver as coisas, falou pra eu ficar tranquila”.

Quando foi presa, a primeira versão para o crime, Fernanda Aparecida disse que convidou a vítima para ir ao motel e o matou dentro do veículo, uma Pajero. A motivação era ele ter assediado a namorada de Fernanda. A perícia feita em abril de 2019 encontrou vestígios de sangue nas cédulas usadas por ela para pagar o motel.

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