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Capital

Assassino de motorista de aplicativo alega traição e vai enfrentar júri popular

"Não sei se foi coisa da minha cabeça, mas eu vi os dois se beijando", alega Igor de Lima sobre porque matou de Rafael Baron

Adriano Fernandes e Geisy Garnes | 19/02/2020 21:27
Igor César de Lima Oliveira enquanto chegava à audiência, nesta quarta-feira (19). (Foto: Kisie Ainoã)
Igor César de Lima Oliveira enquanto chegava à audiência, nesta quarta-feira (19). (Foto: Kisie Ainoã)

"Não sei se foi coisa da minha cabeça, mas eu vi os dois se beijando", alega Igor César de Lima Oliveira ao tentar justificar em seu primeiro depoimento à justiça, nesta quarta-feira (19) o que teria o motivado a matar o motorista de aplicativo Rafael Baron. O crime aconteceu no dia 13 de maio de 2019, por volta das 11h40, no Jardim Campo Nobre, em Campo Grande, depois que Rafael buscou Igor e a esposa dele na Upa (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon.

O assassino será levado a júri popular por homicídio qualificado por motivo fútil, com recurso que dificultou a defesa da vítima e porte ilegal de arma de fogo. A data do julgamento ainda não foi definida.

Mas as desavenças entre ele e a mulher, segundo Igor, começaram ainda na unidade de saúdeA esposa do acusado havia recém descoberto que estava grávida e os dois foram juntos para um consulta, mas acabaram sem se falar após terem discutido por discordarem do local onde aguardariam o atendimento. Na hora de ir embora, o casal pediu um veículo pelo aplicativo e a mulher teria começado a conversar com Rafael. “Está friozinho, não é? Bom de ficar em casa e fazer um amorzinho gostoso”, conta Igor ao relatar o que Rafael supostamente teria dito para a sua esposa.

“Os dois ainda riram. Ai eu fiquei transtornado, irado”, completa. Enfurecido, Igor disse ter descido do veículo assim que chegaram ao destino, mas que a esposa permaneceu com o motorista. “Não sei se é loucura da minha cabeça, mas eu vi eles se beijando”, completa. Igor conta que em seguida saiu correndo, pulou a janela da sua residência no Condomínio Reinaldo Buzanelli II e pegou uma arma que estava sobre o guarda-roupas da sua mãe e retornou ao veículo.

Questionado pelo juiz, o réu ressaltou que não tinha certeza de ter visto os dois se beijando dentro do veículo ou se alguém teria tentado impedí-lo de sair armado de casa. A mulher de Igor que também prestou depoimento nesta quarta-feira, disse ao juiz que o marido “tirou da cabeça dele a ”suposta “cantada” feita pelo motorista de aplicativo. Segundo a mulher, Rafael teria apenas comentando que “estava frio” e “bom para dormir”.

Contudo, ao chegar no veículo ele apontou a arma para o motorista. “Vocês estavam de rolo aí”, teria dito Igor antes de Rafael acelerar o carro. “Fiquei com medo dele me atropelar e atirei”, detalha. Nenhuma das testemunhas do crime, no entanto, confirmaram essa versão. Além de Igor e a esposa, a mãe do acusado, uma irmã e a viúva da vítima prestaram depoimentos, nesta quarta-feira.

Após matar o motorista com dois tiros, Igor se escondeu em uma mata que fica próxima ao endereço. Ele se apresentou à polícia três dias depois. A prisão dele pelo homicídio não foi decretada neste dia e ele voltou para a prisão para cumprir pena por crime anterior. Pouco depois, conseguiu o benefício da progressão de regime e aproveitou para fugir. O pedido de prisão pelo homicídio só ocorreu 100 dias depois da morte de Rafael. Igor foi recapturado no dia 9 de fevereiro.

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