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Capital

Água voltou há 1 mês, mas lago ainda decepciona quem quer foto no Parque

Animais aproveitam, mas água rasas, obras por terminar e banco de areia ainda frustram

Izabela Sanchez | 16/11/2019 10:10
Lago semicheio parece ainda estar tomado por areia para quem vai ao Parque das Nações Indígenas (Foto: Paulo Francis)
Lago semicheio parece ainda estar tomado por areia para quem vai ao Parque das Nações Indígenas (Foto: Paulo Francis)

Há um mês a água que sumiu do lago maior no Parque das Nações indígenas voltou a ocupar o leito. Ainda assim, a paisagem está longe de ser aquela de quem busca o cenário perfeito para uma foto na primavera. Entre obras por terminar, bancos de areia, e água rasa, cartão postal não voltou a ser o mesmo.

O Parque das Nações Indígenas, um dos maiores cenários verdes inseridos no meio urbano da Capital de Mato Grosso do Sul, é o abrigo desse lago que é abastecido pelos córregos João Português e Réveiilon. E sofreu em 2019.

Terra foi escavada, água retirada e um grande buraco marrom coloriu de escuro o coração do parque. Depois dos seis meses de obras de desassoreamento, a água voltou a jorrar para dentro da represa no dia 9 de outubro. Mas, com os decks ainda por reformar, a grande quantidade de terra aparente nas margens assusta quem já esperava horizonte diferente em novembro.

Com a proximidade das festas de fim de ano, não é só campo-grandenses que buscam o parque para corrida, ensaios fotográficos, passeios de família e namoro à sombra das árvores. Os turistas querem ver água.

É o caso de Mayara Rodrigues, 25, que vem de São Gabriel do Oeste, a 140 km de Campo Grande, de quando em quando, visitar a Capital. No sábado (15), encontrou muito verde, em vários tons, e diversidade animal, mas o lago decepcionou.

“Antes era muito cheio, até falei que está faltando o deck. É estanho, você estava acostumado a ver cheio e encontrar assim. É triste, realmente não sabia que ia estar assim. Um lugar tão lindo, não vai ter foto no cartão postal dessa vez”, comentou.

A tecnóloga em gestão ambiental Cleo Galli, 54, diz que é difícil ver o parque assim. “É triste você ver o estado que ficou. Isso é um lugar muito lindo, tanto para passear, quanto para trazer amigos. Já fazia tempo que eu não vinha, estranhei bastante. Ainda falta muito [para terminar obra]”, disse.

A estudante de enfermagem Cláudia Helena, 22, passeava a com a prima, uma criança, às margens do lago onde nadavam patos e uma família de capivaras que atraíram os olhares de muitas crianças.

“Quando dá venho sempre, gosto muito, venho com amigos, com meus familiares, é meu lugar favorito na cidade. Fico muito entristecida, fica uma paisagem seca, sombria. Queremos trazer pessoas para ver, é um refúgio, um lugar que te traz paz”, opinou.

Marcas da passagem das máquinas revelam que local ainda está em obras (Foto: Paulo Francis)
Marcas da passagem das máquinas revelam que local ainda está em obras (Foto: Paulo Francis)

Obras - A reforma nos decks do lago principal começaram no fim do mês passado, com previsão de ser concluída em 40 dias. Segundo o Governo de Mato Grosso do Sul, que administra o parque e está responsável pela revitalização, construídas há mais de 15 anos, as passarelas nunca passaram por manutenção estrutural e com o esvaziamento do lago para o desassoreamento, obra executada pela Prefeitura de Campo Grande, técnicos perceberam que algumas pilastras estavam com as bases comprometidas. Além disso, a estrutura afundou cerca de 15 centímetros e ficou em desnível com a calçada.

Além de serem reformados, os decks passarão a ter acesso para cadeirantes. Também não será possível mais chegar até o monumento do Cavaleiro Guaicuru, que fica no meio do lago. Segundo o diretor-presidente do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), André Borges, a escultura era constante alvo de vândalos.

Depois da retirada da terra depositada no fundo, o lago voltou a receber água no dia 9 de outubro. Naquele dia, o titular da Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, informou prazo de 48 horas para que a paisagem voltasse ao normal.

O secretário revelou ainda que 68 milhões de metros cúbicos de água seriam utilizados na operação. De acordo Verruck, ainda falta concluir as etapas de desassoreamento do córrego Joaquim Português e Reveillon, cujas nascentes ficam na região, e a reforma do gabião. Junto com os trabalhos, já estava prevista a reforma dos decks.

As obras de desassoreamento do lago do Parque das Nações começaram em junho, depois que enorme banco de areia virou palco de protestos contra o descaso com o local. À época, os serviços foram orçados em R$ 8 milhões. Pelo menos 140 mil metros cúbicos de areia foram removidos do lago.

O Campo Grande News tentou contato com o secretário para atualizar a situação, mas ele, em viagem, informou, via a assessoria de imprensa, que não se manifestaria por enquanto.

Frequentadores temem que paisagem não volte a ser a mesma (Foto: Paulo Francis)
Frequentadores temem que paisagem não volte a ser a mesma (Foto: Paulo Francis)
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