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Capital

Além de risco de morte, dengue é rotina de idas e vindas para exames

Após o diagnóstico, pacientes continuam boa parte do dia em unidades superlotadas para fazer acompanhamento.

Mirian Machado | 07/03/2019 11:23
Maria mostra o braço escuro de tanto fazer exame de sangue (Foto: Henrique Kawaminami)
Maria mostra o braço escuro de tanto fazer exame de sangue (Foto: Henrique Kawaminami)

A dengue, que coloca a população de Campo Grande em alerta, tem mudado a rotina de quem apresenta os sintomas, obrigando idas e vindas diárias às unidades de saúde. De janeiro até o dia 26 de fevereiro foram notificados em Campo Grande 6.414 casos de dengue. O número expressivo coloca o município em situação de epidemia da doença, considerando o limite de 300 casos para cada 100 mil habitantes.

A manhã desta quinta-feira (7) é o décimo dia da aposentada Maria Luiza Miranda de 57 anos na UPA do Vila Almeida. Há quase duas semanas os sintomas começaram com fortes dores de cabeça, no corpo e vômito. “De primeira eu não queria vir porque achei que era só uma gripe, mas aí o exame mostrou que as minhas plaquetas estavam muito baixas. O médico até falou que já era pra eu estar internada, mas não tinha vaga”, comentou.

A rotina da Maria era todos os dias pela manhã para tomar soro e refazer exames que acompanham o nível de plaquetas no sangue. Na dengue hemorrágica esse número cai e pode ficar abaixo de 20 mil, nível perigoso, com risco de morte. “Não dá para fazer mais nada. Além de ter que vir todo dia, a maioria das vezes tá cheio, aí a gente passa boa parte do dia aqui dentro”, reclama, ao lado da irmã que a acompanhou todos os dias.

“Venho com ela porque eu sei que é perigoso, né, estava muito ruim”, comentou Neide Aparecida Miranda de 58 anos. “Tomara que hoje seja o último dia, porque nós duas não aguentamos mais vir aqui”, afirma.

Cristina Aparecida dos Santos, de 44 anos, também esteve hoje na UPA Vila Almeida. Desde sexta-feira ela ‘visita’ todos os dias a unidade para coletar o sangue e medir as plaquetas. “Senti muita dor na nuca e nas costas e tive febre alta”, explica.

Depois de passar pelo médico ela afirma que já está se sentindo bem melhor. O último exame também teve melhora e agora é só continuar tomando muito liquido. “Quando a gente está assim não dá para fazer nada. Todo dia tem que estar vindo aqui”, comenta.

Agentes fiscalizando residencias nas Moreninhas (Divulgação Prefeitura)
Agentes fiscalizando residencias nas Moreninhas (Divulgação Prefeitura)

A Unidade de Pronto Atendimento do Bairro Coronel Antonino, região norte, também estava bastante movimentada, entre eles a aposentada Angela Maria dos Santos de 59 anos, que levou o neto de quatro anos. “Ele veio passar o feriado comigo, mas começou a passar mal e, desde então, a gente está vindo todo dia aqui no Coronel Antonino. Fora o chá de cadeira que a gente toma”, disse.

No início do mês, uma força tarefa de combate ao Aedes aegypti eliminou, em quatro dias 3,4 mil depósitos de água em 3,5 mil imóveis inspecionados só na região das Moreninhas, o que significa que 97,14% dos locais tinham possibilidade de produzir focos ativos do mosquito.

Além das Moreninhas, apresentam alto índice de casos notificados os bairros Centro-Oeste, Los Angeles, Veraneio e Jardim Noroeste, com números acima de 1 mil notificações de dengue para cada 100 mil habitantes.

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