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Capital

Amigos de manifestante preso não acreditam que jovem portava drogas

Evelyn Souza | 28/06/2013 08:36
Amigos de manifestante preso não acreditam que jovem portava drogas
Robson Luiz de Souza. (Foto: Arquivo Pessoal)

Amigos do ator Eduardo Miranda Martins, de 28 anos, contestam a versão da Polícia de que o jovem estaria carregando drogas na mochila, no momento em que foi abordado, na última quinta-feira (20), durante manifestação.

Eduardo é acusado de tentar invadir a Câmara Municipal de Campo Grande e de estimular outros manifestantes a agirem com violência durante o protesto. Ele foi preso por volta das 20h50 de quinta-feira, em frente à Prefeitura e há uma semana está no presídio de Trânsito da Capital.

De acordo com o boletim de ocorrência, no momento da abordagem o ator portava 23 papelotes de cocaína e uma porção de maconha na mochila.

Para Vitor Hugo Samudio, organizador de um dos grupos de manifestantes, a prisão de Eduardo pegou todos de surpresa. “Eu estava no local, vi quando ele e outras pessoas tentaram entrar na Câmara, mas pela quantidade de pessoas presas e pela forma que isso está sendo levado, fico com dúvidas em relação às provas”, disse.

Vitor Hugo explica que conhece Eduardo do meio cultural e que o jovem tem uma história de vida triste. “Ele morava na rua, mas depois que entrou para o meio da arte começou a defender os projetos culturais. Poderia até estar portando algo para consumo próprio, mas tráfico, sinceramente, acho muito difícil”, conclui.

Na tarde dessa quinta-feira (27), um amigo do manifestante foi até o Presídio de Trânsito onde Eduardo está preso para deixar um colchão, um cobertor, bolachas e um sabão de barra. Mas devido ao horário, foi impedido de entrar.

Os pertences foram deixados na casa do ex-vereador, AthaydeNery que também conhece Dudu“Eu estava viajando quando isso aconteceu. Acho que exageraram nas prisões. Isso tem que ser apurado, tá esquisito”, disse Athayde.

A mãe de Eduardo segundo os amigos mora na região do Núcleo Industrial e ainda não sabia do acontecido. “Fui até a casa dela hoje no horário do almoço, mas ela não estava. Deixei recado com um vizinho”, disse um dos amigos que não quer ter o nome publicado.

Amigos também utilizaram as redes sociais para dizer que a prisão do jovem foi injusta e que não acreditam que ele portava drogas no momento da prisão.

Além de Eduardo que está no Presídio de Trânsito desde a segunda-feira (24). André Luiz Silva Costa, de 30 anos também continua no presídio. Os outros manifestantes  foram liberados após pagamento de fiança.

Assustado com a dimensão do caso, o sociólogo Robson Luiz de Souza, de 30 anos, que também foi preso durante manifestação, procurou o Campo Grande News. Ele conta que foi preso na sexta-feira (21), depois que estacionou o carro na Avenida Afonso Pena, na esquina com a Rua Bahia, para tirar fotos de policiais que estavam revistando três jovens.

“Eu vi eles prendendo os meninos. Quando cheguei perto e perguntei porque eles estavam fazendo aquilo, eles jogaram gás lacrimogêneo e começaram a atirar com balas de borracha. Fui atingido por dois disparos, um na perna e outro no pé”, conta o jovem que ficou com o dedo quebrado.

Robson disse que estava com a namorada e com um casal de amigos no momento. “ Eu só fui na concentração na Praça do Rádio, depois fui pra casa da minha namorada. Acabei voltando mais tarde para a Câmara Municipal, quando me avisaram que estavam tentando invadir o prédio", explica Robson.

O sociólogo disse que estacionou o carro na Afonso pena para seguir a pé até a Praça do Rádio, quando viu os jovens sendo presos e resolver tirar as fotos. "Eu fui foi levado para a Depac do centro e depois de uma hora, fui para o hospital. Me liberaram por volta das 3h de sábado", conta. 

Quando questionado sobre o que viveu nos dias de manifesto, ele respondeu. "Sofri excesso de violência da Polícia naquela noite. Atiraram uma bomba de gás perto de mim e levei dois tiros de borracha. Fiquei com um dedo quebrado e com uma perna ferida”, concluiu o jovem que agora responderá por Dano Contra o Patrimônio Público, Desacato e Resistência a Prisão”.

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