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Capital

Amigos e familiares de vigia assassinado acompanham julgamento do autor

Nadyenka Castro | 12/07/2011 11:07

Crime aconteceu no bairro Santa Luzia

Crime aconteceu na madrugada e pela manhã ainda era possível ver manchas de sangue no local. (Foto: João Garrigó)
Crime aconteceu na madrugada e pela manhã ainda era possível ver manchas de sangue no local. (Foto: João Garrigó)

Amigos e familiares de Pedro Eudes de Moura, o vigia noturno do bairro Santa Luzia assassinado ano passado, acompanham o júri popular de Ezequiel Guimarães de Paula, autor confesso do crime. O julgamento é realizado nesta terça-feira no Plenário do Tribunal do Júri do Fórum de Campo Grande.

“Estamos aqui para pedir que a justiça dos homens seja feita. Que ele [o autor] pague pelo crime que cometeu”, disse a filha de Pedro, Enir Arguilhera de Moura.

Ela, a mãe e amigos da vítima acompanham o júri. Eles foram vestidos com camiseta estampada com a foto de Pedro e os dizeres: Pai, Amigo e Companheiro: Justiça. Entretanto, como não é permitido esse tipo de manifestação, eles tiveram que colocar a peça de roupa do lavo do avesso.

Também está na audiência a pedagoga Iraci dos Santos Alves, 54 anos.Há 22 anos amiga da família da vítima, ela conta que o marido é motorista de ônibus e sai de casa às 3 horas e quando “Seu Pedro”, como o vigia era conhecido, estava nas ruas se sentia segura. “A gente dava graças a Deus que tinha ele. A gente tinha sossego”.

Bastante emocionada, a também pedagoga e amiga de “Seu Pedro” há 24 anos, Umbelina Correa Salgado Sabedra, 43 anos, lembra da boa pessoa que era o vigia.

“Antes de ser vigia ele entregava leite. Uma época, meu marido ficou desempregado e meu filho doente. Ele entregou leite um ano de graça na minha casa e ainda oferecia milho, arroz”, conta.

Segundo ela e Iraci, “Seu Pedro” era o responsável por organizar eventos beneficentes sempre que alguém do bairro precisava de dinheiro para algum tratamento de saúde.

O crime -Pedro foi assassinado com golpes de faca, barra de ferro e também foi atingido por dois tiros. Ele era conhecido no bairro por combater o tráfico de drogas e sempre que via algum delito comunicava à Polícia.

Ezequiel, um dos autores, era um dos moradores da região que Pedro ficava ‘de olho’. Usuário de pasta base e de maconha, como mesmo disse, o rapaz já havia sido preso por roubo e furto, e, segundo pessoas que lá moram, tinha fama de ser ladrão.

Ele estava em liberdade condicional quando matou o vigia, que conforme ele, o perseguia e tinha intenção de mata-lo. “Ele falou que ia juntar R$ 25 mil para mandar alguém me matar no fim do ano”, declarou ao ser interrogado.

Na madrugada do dia 17 de março, Ezequiel se encontrou com Pedro e desferiu nove facadas. À Polícia Civil, disse que ele e Ribamar Osório de Paiva premeditaram o crime, sendo que este último havia desferido o golpe de barra de ferra e os dois tiros.

No entanto, hoje, durante o julgamento, apresentou outra versão: “... eu furei ele. Depois acertei o ferro na cabeça dele. Aí o revólver caiu e eu peguei. (...) Eu ‘di’ nove facadas. Acertei o ferro e depois ‘di’dois tiros.”

Questionado pelo juiz Alexandre Ito, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, sobre qual versão era a verdadeira, o autor falou que era esta última, na qual inocenta Ribamar.

Os dois ficaram presos juntos. O processo deles foi desmembrado.Ribamar recorreu da acusação e o caso dele está em análise no Tribunal de Justiça.

A sentença de Ezequiel deve sair até o fim da tarde desta terça-feira.

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