Após condenação de chefe, PCC promete ataques coordenados contra agentes em MS
Lista com nomes de servidores que estão na mira dos criminosos foram entregues à polícia
Forças de segurança pública de Mato Grosso do Sul investigam ameaças do PCC direcionadas a servidores da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira, que estão na mira da organização criminosa. Em documento interno a que o Campo Grande News teve acesso, denúncia revela que ataques foram encomendados em resposta à última condenação do líder da facção criminosa, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
No comunicado interno que circula entre os agentes, servidor afirma que na noite de segunda-feira (7), ao atender um preso que passava mal, foi alertado sobre atentados encomendados para cinco agentes penitenciários lotados no Presídio de Regime Fechado da Gameleira. Os nomes foram informados e entregues à polícia.
Ao agente, o preso que denunciou o esquema informou que o ataque só não havia sido autorizado, porque a alta cúpula da facção criminosa aguardava o resultado do último julgamento pelo qual passou Marcola. No recado, o detento alegou que se a investida acontecesse antes do júri, poderia prejudicar o chefe maior do PCC.
Contudo, foi instalado o alerta para que, caso Marcola fosse condenado, todos os agentes deveriam “abrir os olhos”. “Estes atentados não se limitam aos servidores desta unidade, mas a todos os servidores da segurança pública. Vão demonstrar força nas ruas”, detalhou o agente no comunicado.
No mesmo dia, Marcola foi condenado a 12 anos de prisão por ter ordenado o assassinato do promotor Lincoln Gakiya e de Roberto Medina, chefe da Coordenadoria dos Presídios da Região Oeste de São Paulo. O crime aconteceu em 2018.
Nome de dois presos que estariam liderando o “salve” em Mato Grosso do Sul foram repassados às investigações. Um deles ganhou liberdade ontem (8) e, antes de sair da prisão, foi filmado por câmeras de segurança do presídio no momento em que recebia instruções de um criminoso apontado como líder da facção no Estado.
Segundo já foi apurado, os ataques foram direcionados aos agentes da Gameleira Fechada em retaliação ao sistema rigoroso de disciplina adotado na unidade, onde estão presos criminosos faccionados.