Após confusão, secretário diz que MS deve receber apenas 30 mil doses
Ministério da Saúde havia prometido quase 92 mil doses para o Estado, mas deve entregar apenas um terço na próxima semana

"É uma frustração enorme, trabalhamos e insistimos tanto por essas doses, mas não temos outra saída a não ser aguardar", disse Geraldo Resende, secretário estadual de saúde, após a confirmação de que o Ministério da Saúde não vai cumprir com o prometido sobre a nova remessa de doses das vacinas contra a covid-19.
Com a confusão entre Ministério da Saúde e Instituto Butantan, o total de doses que seriam entregues para os estados brasileiros foi reduzida a 30% do que havia sido combinado. Mato Grosso do Sul aguardava quase meio milhão até março.
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"O ministério receberia 9,3 milhões de doses, mas agora receberá apenas 2,7 milhões. Com essa redução pra 30%, nós esperamos receber então 30.398 doses em Mato Grosso do Sul, que é 30% das 91.196 doses que receberíamos da Coronavac", explicou Geraldo.
MS também receberá 1.848 doses da vacina fabricada pelo laboratório Astrazeneca, totalizando então, junto com a expectativa de doses da Coronavac, 32.246 doses de imunizantes contra a covid-19.
De acordo com o secretário da SES (Secretaria Estadual de Saúde), a previsão de chegada das doses continua mantida para a próxima terça-feira (23), possibilitando a volta da imunização em MS na quarta-feira (24).
O secretário ainda afirmou que a SES vai enviar as novas doses para todos os municípios do Estado, de forma proporcional à população de risco para continuar o cronograma que já existe. As doses da Astrazeneca, segundo Geraldo, serão distribuídas para a população ribeirinha e quilombola, que será incorporada ao calendário de vacinação.
"Não vamos conseguir vacinar todos eles, mas estamos criando grupos prioritários entre os quilombolas e ribeirinhos para começar a imunizar essa parte da população", disse o secretário.
O último lote de vacinas recebidas por Mato Grosso do Sul foi no dia 7 de fevereiro, quando foram entregues 32 mil doses. Ao todo o Estado já recebeu mais de 220 mil doses de imunizantes.
Confusão - O Ministério da Saúde divulgou a redução de doses poucas horas depois de anunciar que receberia 9,6 milhões de doses para distribuir aos estados brasileiro. O problema com o número das doses de vacina aconteceu por atraso na importação da matéria-prima da Coronavac, que vem da China.
De acordo com o instituto Butantan, fabricante da vacina, o atraso é culpa do Governo Federal, que não tem tido boas relações com o governo chinês. "O Ministério da Saúde omite e ignora fatos em seu comunicado oficial. Deixa de informar que, como é de conhecimento público, o desgaste diplomático causado pelo governo brasileiro em relação à China provocou atrasos no envio da matéria-prima necessária para a produção da vacina", informou o instituto em nota oficial.