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Capital

Após conserto, bueiro que é problema para moradores tem grade furtada

Nos últimos 2 meses, duas pessoas morreram em acidentes causados por bueiro aberto

Viviane Oliveira e Cleber Gellio | 09/09/2022 11:18
Bueiro aberto na Rua Sertãozinho (Foto: Cleber Gellio) 
Bueiro aberto na Rua Sertãozinho (Foto: Cleber Gellio)

Não é de hoje que as tampas de metal dos bueiros estão na mira de ladrões. Basta dar uma volta pela cidade para ver a quantidade de bocas de lobo abertas. Em alguns pontos, a prefeitura até conserta, mas dias depois o material é furtado novamente. Além do prejuízo, os buracos se tornam armadilhas, principalmente para pedestres, motociclistas e ciclistas.

Por ser feito de chumbo ou ferro fundido, o material é furtado para ser vendido como sucata em ferros velhos ou depósitos de reciclagem. “O pessoal quebra para poder furtar, esse é o maior problema que a gente tem”, disse o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Rudi Fiorese.

O bueiro aberto no cruzamento das ruas Carlinda Pereira Contar e Lise Rose, no Bairro Danúbio Azul, onde uma cadela caiu no dia 19 de junho, foi consertado meses depois, mas uma das grades já foi quebrada e furtada novamente.

Bueiro que foi consertado dias desses já está sem uma das grades (Foto: Cleber Gellio) 
Bueiro que foi consertado dias desses já está sem uma das grades (Foto: Cleber Gellio)

O caseiro Antônio Alves Pereira, de 59 anos, que trabalha numa chácara na região, disse que o bueiro foi fechado pela prefeitura, mas logo depois apareceu sem uma das grades “Pode ser que foi danificado por algum veículo pesado que passou por ali, ou alguém furtou mesmo”, disse.

Antônio contou que esses desses a prefeitura tampou os bueiros da ruas Carlinda Pereira Contar e Lise Rose, mas uma das grades já desapareceu de novo (Foto: Cleber Gellio) 
Antônio contou que esses desses a prefeitura tampou os bueiros da ruas Carlinda Pereira Contar e Lise Rose, mas uma das grades já desapareceu de novo (Foto: Cleber Gellio)

Outro bueiro com a tampa quebrada que virou sinônimo de dor de cabeça para os moradores da região é na Rua Marquês de Herval, onde há 8 meses Erondina Benites Nunes, de 62 anos, se acidentou quando se deslocava para o trabalho.

Ela fraturou as duas pernas e precisou se afastar do serviço devido ao acidente. “Estava chovendo, por isso não me lembro bem do ‘buraco’. Achei que estava tudo bem, mas quando fui levantar não consegui. Foi quando uma pessoa que passava de carro me socorreu”.

A borracharia de Ademar Ferreira Oliveira, de 55 anos, fica a 100 metros do bueiro da Marquês de Herval que continua com a tampa danificada. Ele disse que em frente ao estabelecimento dele tinha uma boca de lobo que ficou cerca de 3 anos aberta.

Ademar Ferreira contanto sobre o bueiro aberto na Rua Marquês de Herval  (Foto: Cleber Gellio) 
Ademar Ferreira contanto sobre o bueiro aberto na Rua Marquês de Herval  (Foto: Cleber Gellio)

“Ganhei muito dinheiro com isso aí, porque o pessoal caía ali com o veículo e danificava o pneu. Agora esse outro é capaz de arrumar logo porque é época de eleição, caso contrário pode esperar uns quatro anos para o conserto vir”, disse.

Somente nesta manhã a equipe de reportagem flagrou vários bueiros abertos no cruzamento das ruas Bagdá com a Joanesburgo, no Jardim Talismã, na Rua Padre Valentim com a Avenida Euler de Azevedo, no Bairro São Francisco, na Rua Texaco com a Avenida das Bandeiras, na Rua Sertãozinho, na Vila Piratininga. Na Avenida Calógeras com a Rua Jornalista Belizário Lima, uma fileira de bueiros está sem grande, oito no total.

Fileira de buero aberto na Avenida Calógeras com a Rua Belizário Lima (Foto: Cleber Gellio)
Fileira de buero aberto na Avenida Calógeras com a Rua Belizário Lima (Foto: Cleber Gellio)

Acidentes fatais - Na tarde de quarta-feira (7), o motociclista Paulo César Santana da Rocha, de 37 anos, morreu após bater o veículo em um poste. A vítima seguia numa Yamaha YBR, quando acertou uma boca de lobo que estava aberta e foi arremessada, colidindo contra a estrutura, na Rua Rivaldi Albert, no Jardim Morenão, região sul de Campo Grande.

Paulo foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que realizou manobra de reanimação ainda no local, porque a vítima estava em parada cardiorrespiratória. Após estabilização, o motociclista foi encaminhado para uma unidade de saúde e ficou 11 dias internado, mas não resistiu aos ferimentos.

No dia 31 de julho, José Valmir de Pinho, de 62 anos, morreu depois de cair de bicicleta em bueiro aberto no cruzamento das Avenidas Afonso Pena e Ernesto Geisel, no Centro da Capital.

Conforme a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), a cidade registra cerca de 130 furtos de tampas dos ralos de águas pluviais por mês. À reportagem, o secretário Rudi Fiorese, disse que vai mandar equipes nesses endereços que foram citados no texto.

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