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Capital

Após ser ferido por canivete, menino de 12 anos denuncia sofrer bullyng

Nadyenka Castro e Ana Paula Carvalho | 10/08/2011 17:32

Ele disse que é agredido na sala de aula e na quadra da escola e não contava a ninguém porque tinha medo de morrer

Na mão direita, pontos vermelhos indicam os ferimentos causados pelos golpes de canivete. (Foto: Simão Nogueira)
Na mão direita, pontos vermelhos indicam os ferimentos causados pelos golpes de canivete. (Foto: Simão Nogueira)

Após ser ferido por canivete, menino denuncia sofrer bullyng há vários meses

Ele fala que era agredido na sala de aula e na quadra da escola e não contava a ninguém porque tinha medo de morrer

Após ter a mão ferida por golpes de canivete dentro da sala de aula nessa terça-feira, em Campo Grande, um menino de 12 anos denunciou que é vítima de bullyng desde o início do ano letivo. Ele faz tratamento psiquiátrico há dois anos pelo mesmo motivo.

Nas mãos do estudante estão as marcas dos golpes de canivete. Pelo corpo, as da agressão feita com socos e chutes.

“Eles falavam que iam me matar e eu achava que ia morrer”, diz o estudante sobre o porque de não ter contado antes sobre as agressões, que, segundo ele, começaram após ter ‘dedurado’ um dos autores.

A criança conta que um determinado dia, no início do ano, uma professora perguntou aos estudantes da sala, 7º ano, onde estava um colega deles. Ele então respondeu que o mesmo tinha ido para a sala do 8º ano.

Desde então, cinco garotos da sala dele - de 12,13 e 15 anos -, passaram a chama-lo de ‘cagueta’, a agredi-lo e ameaça-lo de morte caso contasse a alguém. Ele então passou a ser alvo de chutes e socos constantemente, sempre na sala de aula e na quadra, longe dos olhares dos professores.

As agressões aconteciam até mesmo durante treinamento do time de futebol em que a vítima é goleiro, quando o responsável não estava na quadra.

A mãe do garoto, a dona de casa Valquíria Andrade Bernardes, 35 anos, só soube da situação nessa terça-feira e disse que o filho já demonstrava sinais de que algo estava errado e ela já tinha sido alertada pelo psiquiatra do menino.

Valquíria conta que o filho pediu para sair da Escola Estadual Padre Mário Blandini e não queria mais frequentar as aulas. Ela então alertou a direção sobre o caso, que prometeu prestar mais atenção ao garoto.

Para não ir à escola, o menino passou a se esconder. Ela subia no muro, telhados, e só voltava para casa no horário em que a aula costuma terminar.

A coordenação da escola percebeu a grande quantidade de faltas e desconfiou que havia algo errado, mas até esta quarta-feira não tinha flagrado nenhuma situação irregular.

Porém, hoje, o menino foi agredido novamente por socos e chutes e contou à direção, as agressões e ainda os ferimentos causados pelos golpes de canivete. Um dos agressores foi chamado e denunciou os demais.

Valquíria foi chamada pela escola, assim como os pais dos autores. Foi assinado um termo de compromisso entre eles e a família da vítima vai denunciar o caso também à Polícia Civil.

Em tratamento- Esta não é a primeira vez que o menino é vítima de bullyng. “É que toda escola que eu vou eu sempre sou o melhor aluno da sala. Acho que ficam com inveja de mim”, justifica.

Há dois anos ele foi vítima em outra escola. Por causa disso, faz tratamento psiquiátrico contra depressão e toma remédios controlados.

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