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Capital

Após uma década, Câmara confirma reprovação de contas na gestão Bernal

Relatório do TCE aponta 10 irregularidades no detalhamento de R$ 2,1 bilhões em gastos em 2013

Cassia Modena e Caroline Maldonado | 18/05/2023 13:28
Atualmente, Alcides Bernal está inelegível e não pode se candidatar (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Atualmente, Alcides Bernal está inelegível e não pode se candidatar (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Os vereadores de Campo Grande aprovaram, na manhã desta quinta-feira (18), relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado) que, por sua vez, reprovou a prestação de contas da gestão de Alcides Bernal na prefeitura da Capital referente a 10 anos atrás.

O ano era 2013, quando a prefeitura declarou oficialmente R$ 2,1 bilhões em gastos. O TCE encontrou o total de 10 irregularidades no relatório financeiro do período.

Vice-presidente da Comissão Permanente de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal, o vereador Epaminondas Neto, o Papy (Solidariedade), comentou as irregularidades encontradas pelo TCE. "Vão desde pagamento acima do limite prudencial até gastos irregulares. Por exemplo: era para gastar mais e gastou menos, ou o inverso, era para gastar menos e gastou mais", disse.

Papy e outros 24 vereadores votaram pela aprovação da reprovação das contas. Foram contrários apenas Luiza Ribeiro (PT) e Vitor Rocha (PP).

"Previsível demais" - O ex-prefeito Alcides Bernal (PP) classificou a aprovação como "previsível demais" e argumenta que não houve prejuízo ao erário naquele período, em contato com o Campo Grande News.

Ele aponta que a votação favorável em peso ocorre às vésperas das próximas eleições municipais e que há "intuito em torná-lo inelegível". Há contradição na afirmação, no entanto, pois Bernal já está impedido de se candidatar durante cinco anos por sentença judicial.

Por fim, o ex-prefeito considera injusta a avaliação da Casa de Leis. "A Câmara Municipal não pode ser avalista de uma decisão indevida e ilegal", acrescenta. Para sustentar o que diz, ele compara a suplementação aprovada em sua gestão à do também ex-chefe do Executivo da Capital, Nelson Trad Filho (PSD). "Nelsinho tinha 30% para suplementação, mas os vereadores reduziram para 5% na minha gestão. Entretanto, o próprio TCE concluiu que não havia nenhuma irregularidade na suplementação, porque estava dentro da previsão legal", pontua.

Efeitos - Entre os que votaram favoráveis à aprovação, está o vereador João Rocha (PP), que também era parlamentar na época em que a Câmara discutiu e decidiu pela cassação de Alcides Bernal, em 2014. "Votei pela cassação dele como prefeito e agora não tinha como ser diferente. Isso é um desdobramento da cassação", falou. Na história política de Campo Grande, Alcides Bernal foi o único prefeito cassado até então.

Votação consumiu manhã desta quinta-feira na Casa de Leis (Foto: Divulgação/Câmara de Campo Grande)
Votação consumiu manhã desta quinta-feira na Casa de Leis (Foto: Divulgação/Câmara de Campo Grande)

Agora, os efeitos da aprovação da Câmara serão definidos por outras instâncias, explica João Rocha. "Daqui para frente é com o TCE e o MPE (Ministério Público Estadual). O que já sabemos é que ele já está inelegível", reforça.

Contra - A vereadora Luiza Ribeiro defende que não há irregularidades na prestação de contas de Alcides Bernal em 2013 e relembra que até foram deixados R$ 116 milhões em caixa em dezembro daquele ano.

Vereadora Luiza Ribeiro foi uma das contrárias à aprovação (Foto: Divulgação/Câmara de Campo Grande)
Vereadora Luiza Ribeiro foi uma das contrárias à aprovação (Foto: Divulgação/Câmara de Campo Grande)

"Nessas contas, não houve nenhuma perda patrimonial ou desvio de bens do Município no relatório de 2013 publicado no Diário Oficial de Campo Grande", salienta a vereadora.

Ela cita que, dos R$ 2,1 bilhões periciados, 31,07% foram gastos com Saúde; 47,42% com Pessoal; e 26,92% com Educação. "Não houve nenhuma crise e a gestão terminou o ano com dinheiro em caixa", finaliza.

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