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Capital

Área entre BR-163 e Parque dos Poderes vira lixão a céu aberto

No local são descartados entulhos, corpos de animais mortos, entre outros objetos

Por Ketlen Gomes | 07/10/2025 16:57


RESUMO

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O Jardim Veraneio, área localizada entre a BR-163 e o Parque dos Poderes em Campo Grande, transformou-se em um lixão a céu aberto devido ao descarte irregular de resíduos. Moradores e frequentadores relatam a presença de móveis usados, restos de poda e até carcaças de animais mortos nas vias da região. A situação é agravada pela falta de iluminação pública, afetando principalmente os atletas do Náutico Futebol Clube. A prefeitura informou que realiza fiscalizações conforme a Lei nº 2.909, com multas que variam de R$ 3.219,00 a R$ 12.876,00 para proprietários que não mantêm seus terrenos limpos.

No Jardim Veraneio, entre a BR-163 e o Parque dos Poderes, o descarte irregular de resíduos tem sido tão frequente e intenso que parte do bairro se transformou em um verdadeiro lixão a céu aberto. Móveis usados, restos de poda de árvores e até carcaças de animais mortos são encontrados diariamente nas vias da região.

Morador de um bairro vizinho, João Ferreira do Nascimento, de 53 anos, passa pelo local todos os dias a caminho do trabalho. Segundo ele, a quantidade de lixo espalhada nas ruas já chegou a dificultar a passagem, mesmo quando está de bicicleta ou moto.

"Eu passo aqui fugindo do movimento, só que muitas vezes não dá nem pra passar nem de bicicleta nem de moto. O lixo fica no meio da rua", reclama João.

Trabalhando como encanador e pedreiro, ele conta que já se deparou com diversos tipos de descarte irregular, inclusive animais mortos. A cena se repetiu durante a visita da reportagem ao bairro: a equipe encontrou um animal em decomposição dentro de um saco preto, que exalava forte odor.

As vias do Jardim Veraneio se tornaram rota alternativa por causa das obras na BR-163. João Vitor Gonçalves e Jonas Gonçalves usam o caminho com frequência durante a semana para evitar o congestionamento e chegar ao Parque dos Poderes, mas relatam que a situação também complica o tráfego de veículos.

"Jogam todo tipo de entulho aqui. Há umas duas semanas, limparam apenas esta avenida principal por causa do desvio. Estou passando aqui porque a BR está bloqueada, mas está difícil. Nas laterais não passa carro nem há energia", relata Jonas.

Além do acúmulo de lixo, a falta de iluminação pública preocupa atletas e funcionários do Náutico Futebol Clube, que funciona no bairro. O presidente do clube, Júlio César Ramos, afirma que já protocolou ofício na Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) solicitando limpeza e iluminação, mas até agora não recebeu retorno.

"Todos os dias é a mesma dificuldade. Às vezes, o treino acaba tarde e os meninos pedem Uber, mas há motoristas que não entram aqui, seja por medo ou pela falta de acesso. Há atletas que andam a pé no escuro. É uma aflição", comenta.

O clube mantém atividades diárias com cerca de 300 atletas em várias categorias de futebol e também no time de rugby. Muitos vão aos treinos de bicicleta ou dependem de transporte por aplicativo.

Mariana Rosaria Soares, de 68 anos, é avó de um dos atletas. Ela relata que uma patrola passou no local recentemente, o que melhorou um pouco o acesso, mas afirma que ainda há trechos do bairro tomados pelo lixo.

"É uma mata fechada. Às vezes eles queimam umas partes; é muito lixo, muita coisa. Esses dias mesmo tinha até polícia parada ali porque deixaram um carro suspeito. Então a gente fica ansiosa, preocupada", desabafa.

Em nota, a prefeitura informou que a fiscalização de terrenos baldios é feita conforme a Lei nº 2.909 e acontece em âmbito administrativo. A Semades (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável) é responsável pelas vistorias e notificações aos proprietários dos imóveis.

“Após a emissão da notificação e ciência do proprietário, inicia-se o prazo legal para regularização. Encerrado esse período, o auditor fiscal da Semades retorna ao local para nova vistoria. Caso a determinação não tenha sido cumprida, o responsável é autuado, com multa que varia entre R$ 3.219,00 e R$ 12.876,00, conforme prevê a legislação”, afirma.

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