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Capital

Artigo esquecido, nem metade dos orelhões que ainda existem é utilizada

Apenas 0,5% da planta de telefones públicos da Oi gera receita suficiente para o pagamento do seu próprio custo de manutenção

Anny Malagolini | 31/10/2016 16:10
Atualmente existem 3,3 mil orelhões na Capital (Foto: Fernando Antunes)
Atualmente existem 3,3 mil orelhões na Capital (Foto: Fernando Antunes)

As ligações em telefones públicos deram lugar às chamadas móveis, que por sua vez, têm perdido espaço para aplicativos e redes sociais. O resultado da mudança é a extinção de 560 orelhões em Campo Grande, em menos de quatro anos.

Devido a sua pouca atratividade, hoje, 48% dos orelhões não geram chamadas tarifadas e em torno de 38% sequer são utilizados.

Há dez mil telefones públicos instalados em Mato Grosso do Sul, deste total 3,3 mil estão na Capital. Para se ter ideia da extinção dos aparelhos - ano a ano - é que em 2012 o Estado tinha 12,3 mil em operação. 

Mas não foi só a quantidade de telefones públicos que reduziu. A utilização dos que existem caiu drasticamente: Apenas 0,5% da planta de telefones públicos da Oi gera receita suficiente para o pagamento do seu próprio custo de manutenção, conforme informou a operadora. 

Antes, era quase obrigatório ter um orelhão a cada esquina, ou até dois. As cabines, inclusive, formavam filas. Mas isso foi há mais de uma década, e hoje o cenário encontrado é diferente.

Em uma das ruas mais movimentadas da Capital, a 14 de Julho, por exemplo, é cena rara flagrar alguém usando orelhão. E quando acontece, a justificativa é quase a mesma. “Só uso se estou sem celular, e ainda ligo a cobrar. Não sei nem onde vende cartão ou quanto custa”, disse a dona de casa Neuza de lima, 42 anos.

Para quem nasceu no fim da década de 1990, usar um orelhão é atípico. . Para os jovens que tem menos de 20 anos e uma quantidade enorme de formas de comunicação, o uso do orelhão é "em último caso". "Eu uso para ligar 0800, e só. Acho que é mal aproveitado", comentou o estudante Lucas Ferreira, 19 anos. 

Vandalismo – O panorama do uso da telefonia pública em Mato Grosso do Sul revelou ainda que 1,5 mil cabines são danificadas por mês. São 50 ocorrências por dia.

Apesar de esquecidas, as cabines de telefones públicos continuam alvo da depredação, e os principais problemas decorrentes do vandalismo são: defeitos em leitora de cartões, monofones e teclado, além das pichações e colagem indevida de propagandas nos aparelhos e nas folhas de instrução de uso, prejudicando o entendimento das orientações pelos usuários.

Em alguns casos, as equipes da empresa consertam os aparelhos e eles são danificados no mesmo dia. Atos de vandalismo contra orelhões também causam prejuízo à sociedade, já que os danos podem afetar o contato da população com serviços públicos essenciais, como hospitais, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.

Em nota, a Oi informou ainda que mantém um programa permanente de manutenção de seus telefones públicos e conta com as solicitações de reparo enviadas à companhia pelo canal de atendimento 10331 por consumidores e por entidades públicas. 

50 cabines são danificadas por dia (Foto: Fernando Antunes)
50 cabines são danificadas por dia (Foto: Fernando Antunes)
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