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Capital

Assassino de policiais carregava arma em pochete e foi "convidado" a depor

Segundo o chefe da Polícia Civil em MS, policiais não revistaram Ozeias de Moraes, de 45 anos, porque ele era “ficha limpa”

Anahi Zurutuza, Marta Ferreira e Bruna Marques | 10/06/2020 09:27
Cena do crime, na Rua Joaquim Murtinho (Foto: Paulo Francis)
Cena do crime, na Rua Joaquim Murtinho (Foto: Paulo Francis)

Ozeias Silveira de Moraes, de 45 anos, que matou os policiais Antônio Marcos Roque da Silva, 39 anos, e Jorge Silva dos Santos, 50 anos, com tiros da nuca, tinha revólver calibre 38 registrado no nome dele porque era vigilante, conforme apuração do Campo Grande News. A arma estava em uma pochete e ele não foi revistado pelos investigadores antes de ser colocado em viatura descaracteriza da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Marcelo Vargas.

Até ontem, a informação é de que Ozeias era suspeito de um roubo. No pedido de prisão preventiva contra o vigilante, feito depois do duplo assassinato, na madrugada desta terça-feira (10), a polícia cita investigação de assalto milionário a joalheria. Nesta manhã, contudo, o chefe da Polícia Civil em Mato Grosso do Sul disse que, na verdade, o homem era tratado como testemunha e tinha “ficha limpa”.

“Ele estava sendo levado como testemunha de um assalto, não tinha passagem, nem nada, é filho de policial militar, trabalhava como vigilante. Ele não era suspeito de nada, não tinha passagem pela polícia”, também afirmou o delegado-geral sobre o motivo dos policiais não terem revistado o homem.

Marcelo Vargas, durante coletiva de imprensa nesta manhã, disse que Ozeais foi "convidado" a depor e topou.

O delegado Thiago Macedo, do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros), completou dizendo que a rotina policial impõe tomada de decisões rápidas quando questionado sobre o motivo do homem não ter sido revistado e protocolos que devem ser seguidos em situações como essa. "A regra é fazer o nosso da trabalho da melhor forma para servir e proteger a população".

Ozeias Silveira de Moraes, de 45 anos (Foto: Reprodução)
Ozeias Silveira de Moraes, de 45 anos (Foto: Reprodução)

Mais detalhes - Segundo Marcelo Vargas, a Derf chegou primeiro até William Dias Duarte Cormelato. Como ele já tinha em aberto mandado de prisão por violência doméstica, foi algemado para ir à delegacia prestar esclarecimentos.

Ozeias, parente de Willian e apontado como um dos envolvidos no assalto, mas sem mandado de prisão, foi chamado para para depor na delegacia.

Os dois homens eram transportados em veículo Fiat Mobi, a viatura descaracterizada, quando tudo aconteceu. Os policiais foram mortos com tiros na nuca, quando o veículo parou no semáforo, na Rua Joaquim Murtinho com a Fernando Corrêa da Costa, no Bairro Itanhangá, região central de Campo Grande.

William testemunhou toda a situação e tentou fugir, mas foi recapturado, minutos depois, na mesma região. Ozeias rendeu dois motoristas durante a fuga, foi "caçado" durante a noite toda e acabou morto, segundo a polícia, em confronto no Bairro Santa Emília, no sudoeste da Capital.

Matéria alterada à 9h42 para acréscimo de informações.

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